domingo, 16 de outubro de 2011

Amar é viver

Ufa, até que enfim reencontro Diana. Voltei, são muitas emoções, diz ela. Ôpa se sei.... damos risada. Diana mudou de endereço mas continua a mesma. Mesmo sorriso, mesmos sonhos, medos, conflitos e sentimentos. Seja lá onde estiver será sempre assim. Diana concorda com a cabeça e logo percebo seu olhar sensível. Mudam-se os personagens mas a história é única, diz minha princesa. Diana refere-se a história da vida como ela é. As dificuldades, a saudade, os amores, as dores, os pensamentos loucos que de tão loucos tornam-se sensatos. Não existe um ser normal né? Por que eu seria diferente?, indaga Diana. Ninguém cruza o nosso caminho por acaso. Até mesmo aquele senhor taxista pra quem você contou quase toda a sua vida. As pessoas cruzam-se para amadurecem umas com as outras. Para ensinar. Para aprender. Para sofrer e chorar de decepção. Para sorrir e dar gargalhadas de alegria. Ou apenas para nos fazer pensar em tudo aquilo que somos ou queremos ser. Tenho estado em constante mistura de sentimentos, diz Diana. Euforia, felicidade, nostalgia e uma saudade doída... que às vezes (quase sempre) vem acompanhada de um litro de lágrimas. Aperto forte as mãos de Diana. Até a mais forte e segura das mulheres precisa de vez em quando de um olhar de compaixão e amor. Diana é exatamente esse tipo de mulher. É capaz de enfrentar o mundo e defender seus ideais. No mesmo dia passa horas chorando lembrando de instantes que jamais voltará a viver. Uma cozinha, com panelas de inox e uma energia boa familiar, fez com que Diana voltasse por instantes na cozinha da casa de seus pais. Ouvi a voz deles, a gritaria e risada, sua mãe cortanto tomate e dando para os cachorros, aquela amor exalando pelas paredes, aquela sensação de que nada mais no mundo importa. Esses momentos são os melhores. São especiais. São divinos. Diana sempre deu prioridade à pessoas amadas. Mas quando passamos a não conviver mais com esses "anjos iluminados" damos o triplo de valor a cada segundo vivido ao lado deles. Acho que estou ficando velha, diz Diana sorrindo. Somos duas, respondo. Diana me pergunta o que acho do amor. Hum... palavra linda, significado complexo e discutível. Amor para Diana é vital. É simples, está implícito nela. Diana tem facilidade em amar, em dizer EU TE AMO, em amar sua família, seus amigos, cachorros, amar  tudo aquilo que ela considera real e sincero. Amar não é exclusividade. Não é domínio. Amar é querer bem o outro sem esperar nada em troca. É o desejo da felicidade alheia acima de qualquer coisa. É sorrir sem saber o porquê. É chorar de alegria e vibrar com as conquistas do outro. É sentir o coração apertado quando se está longe. Amar mesmo é respeitar o diferente, o oposto. É ver e ouvir coisas ruins que de vez em quando divergem instantaneamente com nossos valores ou ideais  e desejar do fundo da alma, que tudo ficará bem. Creio que infelizmente nem todos nascem sabendo o significado do amor. No entanto, é possível aprender a amar. Existem pessoas loucas para aprender. Outras não se importam. E outras ainda sabem e não querem amar. Que louco isso, não me surpreendo mais com nada nesse mundão de meu Deus do céu, diz Diana. Pois é princesa, sem regras, sem certo e errado, sem normalidade e loucura. Cada um é o que é e o que quer ser. A vida se encarrega de unir as peças do quebra-cabeça. Quando pensamos que tudo está errado ou fora do lugar lá vem uma luz no fim do túnel para iluminar nossa caminhada. E é assim com todo mundo. Basta aceitarmos que nenhuma gota de água cai do céu à toa. O mais simples tombo pode mudar o rumo de uma vida inteira, finalizo. Dou um longo abraço recheado de saudade em Diana e nos despedimos. As duas sentem sono... muito sono.... e amanhã, claro, é outro dia...

"Se amar é viver, vivo porque amo vocês..." (música de Barros de Alencar)

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