domingo, 1 de dezembro de 2013

Os últimos vinte e poucos....

                                 

Fato que será a ultima vez que farei aniversário com o digito inicial 2. Isso me causa uma certa nostalgia. Engraçado como tudo está diferente do que imaginei. Achava que meus peitos estariam no chão de tanto amamentar. Nos meus finais de semana, roupas para lavar e passar. Jantar com casais e filhos. Conta bancária positiva o suficiente para dormir sem preocupações. Uma casa decorada com flores e fotos. Um cachorro de comercial (ok para este item). Dias felizes. Segura, com a sensação de plenitude. Risos... Só que tudo ao contrário. Você percebe então que a felicidade que tanto procurava está em tudo aquilo que nunca chamou atenção. Que o casamento dos seus pais é sim um conto de fadas mas não é seu. Que bebês são incríveis. Enchem a casa de alegria. Mas que o seu ainda está guardado. Que amores vem e vão. E que novas páginas são escritas cheias de aventura e emoção. Tão boas ou melhores que as anteriores. A imagem que você enxerga no espelho ainda é bela e jovem mas esconde marcas e cicatrizes que mudaram tudo. A saudade mistura-se com a culpa. Mistura com a impetuosidade. Com a coragem. Com a certeza que ser diferente te transforma em alguém especial. Aí então você entende que seus sonhos não são mais os mesmos. Nem gostos, nem vontades. Nem amizades, nem amores. Você compreende que tem um mundo nas mãos. Com escolhas, possibilidades, sempre com uma nova chance para recomeçar....


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A arte de viver


Sim, e quem disse que é fácil viver? Diana me pega pela mão e gentilmente faz carinho em meus cabelos. Sinto por um segundo que estou protegida e que nada mais pode dar errado. A princesa é uma das tantas partes de mim que se perderam pelo caminho. É uma parte doce, serena e que às vezes de tão segura me assusta. A vida muda a cada minuto e Diana sabe ser uma montanha russa em forma de gente. Ela bem sabe que colocar os pés pelas mãos pode ser a única alternativa. Não certa. Nem ao menos errada. Apenas a decisão sensata, não importa o fim. Ao ouvir suas lamentações percebo que a tragédia pode ser transformada em alegria. Que a comédia às vezes dói. E que não seguir regras traz maturidade e ensinamentos. Impossível não amar seu jeito de encarar um novo dia. Suas mudanças de humor e sua inconstância. Não me canso nunca de ouvi-la. Embora algumas histórias pareçam fantasias, me encho de orgulho pois sei que tudo é tipicamente coisas dela... Só dela. Incompreendida, julgada, amada e invejada. Sim. A normalidade cansa. O politicamente correto desinteressa. Na arte da vida, poucos conseguem compreender e aceitar que o amanhã vão volta mais. Tirar os erros e tropeços da história não muda a ordem dos fatos. Colocá-los em um liquificador e misturar tudo pode ser uma maneira de criar um sabor diferente para um nova aventura. Sim, Diana ainda é capaz de me surpreender.





sexta-feira, 31 de maio de 2013

A culpa é do Ferreira Gullar

"Sim. Eu me apaixonei por você. Não sei exatamente se foi pelo seu jeito passivo ou se foi pela sua enorme capacidade de ironizar, que eu ingênua, achava que era uma mania só minha. Talvez tenha sido a sua fragilidade. A maneira como você finge. Pode ter sido o seu medo. A sua falta de coragem em enfrentar o mundo e mostrar o que sente. Eu sei, é mais fácil se esconder atrás do personagem politicamente correto. Às vezes tenho a impressão que a minha mania de querer consertar o mundo tem culpa nisso. Tenho a utopia de acreditar em tudo. Minha vontade de ser importante para você me cegou. Meu corpo não suportou. Me entreguei cercada de falsas emoções. Mergulhei em um mar de expressões equivocadas sobre o amor. Quantas outras mulheres já leram o texto sobre o amor que eu achava que era só pra mim? OK. São só palavras que naquele minuto fizeram meu coração bater mais forte. Mas só por instantes. Boba fui eu que dei tanta importância. Não suporto ouvir seu telefone tocar. Perceber que está focado trocando mensagens com alguém que não sou eu. Detesto sentir ciúmes de você. Não sei mentir. Fingir. Inventar emoções. Não sei não me abrir. Não chorar. Não me expor. Sou assim. Meio fora de moda. Com gostos estranhos e particulares. Sou aquela que tem a certeza que não viverá por muito tempo mas o suficiente para ser feliz. O erro foi meu de pensar que poderia te fazer sorrir. Tirar toda a angústia do seu coração. Te mostrar o que é ser livre. Livre para ser, fazer, ir e agir. Sem temer fantasmas do passado sabe? Sem achar que está fadado ao fracasso, que não é capaz. A vida é muito curta para tantas dúvidas. Permanecer em cima do muro é puro medo. Achei que os meus sentimentos pudessem te transformar. Achei que pudessem ser de verdade. Não existe certo e errado. Existe o que nos faz feliz. E pra mim, esse é o caminho. Queria que lutasse pelo o que acredita e sente. O tempo não espera. Amanhã pode ser tarde demais. E não é por mim. É por você. Sim, eu me apaixonei por você. Mas não. Eu não te amo mais do que a mim mesma. Talvez tenha sido aquela troca de olhares em um sofá preto...ou talvez, como disse Ferreira Gullar, eu quis acreditar na mentira e por isso não mereço punição alguma."

domingo, 26 de maio de 2013

Encanto de cristal


O tempo passa depressa... e como passa... 732 dias... As histórias mudam, surgem novos personagens mas continuo buscando "aquela" Diana que foi embora e nunca mais voltou. Não posso dizer claramente qual foi a parte que ela deixou pelo caminho... mas algo essencial mudou. Talvez tenha sido seu jeito incrível de acreditar nas pessoas ou seu infinito otimismo que se tornou esquecido... Não sei. Mas sinto falta dos sonhos de menina. Da mágica que Diana usava para encantar as pessoas. Era como se nada fosse impossível, como se ela fosse capaz de transformar um mundo e só o bem pudesse triunfar. Sempre me achei especialista em decifrar Diana. Hoje vejo que não sou. Ainda a vejo tropeçar nas mesmas pedras. Os pedregulhos ainda não se transformaram em perdão. Eles ainda doem. Diana se tornou um copo de cristal remendado, que já partiu inúmeras vezes mas soube se recompor e continua ali, firme. Ele sempre irá servir para alguma coisa mas jamais voltará a ser o mesmo.

domingo, 14 de abril de 2013

Um pouco mais de amor, por favor?


Diana tem um mundo dentro de si. Não conheço outra mulher que acredite tanto no outro como ela. Seu jeito de olhar com otimismo para tudo me incomoda (chega a irritar). Fico pensando como tantos tropeços na vida não a fizeram mudar. As mágoas e decepções ainda existem. As feridas secaram mas as marcas continuam. De vez em quando pego Diana olhando fixamente para elas. Por alguns instantes, leves lembranças retornam. Voltam e logo vão embora. A princesa então, muda o foco e parte para uma nova aventura. Já disse algumas vezes para Diana que atraímos o que somos. Ela não gosta quando digo isso. Mas é a mais pura verdade. Em seu mundo, cabe tudo o que é diferente. Diana não tem limites. Parâmetros. Preconceitos. O errado depende do ponto de vista de cada um, diz a princesa. Como sempre, me deixando sem palavras. Tenho receio de onde ela irá chegar. Queria colocá-la em uma bolha, protegendo-a de todos os perigos. Queria que Diana amasse menos. Acreditasse menos. Falasse menos. Nem todos são como ela. Nem todos se entregam. Nem todos estão dispostos a viver uma vida de verdade. Diana é a princesa mais destemida que já conheci. Lutaria bravamente contra tudo e todos sem desfalecer. Percorreria kilômetros sem fim para ajudar alguém. Daria sua própria vida por amor. No seu reinado não existe espaço para mentiras ou "meias" verdades. Alguns livros descrevem as princesas como seres angelicais, ingênuos e serenos. Balela. Diana é a mulher mais apaixonante que já conheci. Luta bravamente até o fim, ou, até o seu limite. É capaz de dar um nó em pingo d´água. Mesmo exausta, levanta, calça seu salto número 15 e sorri, pronta para a próxima.

"Longe dela criar as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade." (Clarice Lispector)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Segura a coroa

Diana gosta daquela música: "ahh se Deus me ouvisse e mandasse pra mim...". Cantarola a princesa em tom irônico. Damos risada. É claro que ele sempre te escuta menina, respondo. Fato que as mulheres são seres especiais e são, indiscutivelmente mais sensíveis. A gente chora, faz drama, planos e sonhos em cada novo relacionamento que inicia-se. Diana nem eu somos exclusividade nesse quesito. A cada "princípe" que surge em nossas vidas uma imensidão de sentimentos começa a brotar por todos os lados. A sensação de bem-estar toma conta. O frio na barriga. As pernas bambas e o coração acelerado. Pronto. Nasceu a paixão. Junto com ela a expectativa de "será que Deus me ouviu?". O desenrolar da história quase sempre mantém a mesma sequência. Quando perdemos o jogo da conquista...ah, surge o incômodo, a tristeza, decepção. As mil perguntas, o por que disso, daquilo e blá, blá, blá. A ordem pode mudar mas o resultado é o mesmo. Diana e eu não somos exclusividade nesse quesito. Relacionamentos começam e termimam todos os dias. Uns sofrem mais, amam mais, esperam mais. É um ciclo. Um rito de passagem e gostemos ou não, faz parte. Diana então volta a cantarolar sua música. Princesa, Deus sempre te ouve e um candidato a príncipe sempre surge em seu caminho. Ele te ouve tanto que logo tira de você para que o verdadeiro príncipe chegue. Segure mais um pouco sua coroa, ela não pode cair, finalizo.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Pés cansados

Encontrei Diana perdida. Andando pelas ruas apressada sem saber direito para onde estava indo. Seu rosto estava sem cor. Havia tempos que ela não saia de seu quarto escuro. Diana estava em todos os lugares e ao mesmo tempo não estava em nenhum. Estava sempre rodeada de pessoas e sentia-se igualmente sozinha. Muito havia mudado mas o contraste permanecia, intacto, inatingível. Era uma ironia sem fim tentar compreender algo que não possuia explicação. Como alguém que tudo tinha para dar certo podia dar tudo errado? Como ter tanto sentimentos dentro de si e ao mesmo tempo não sentir nada? Como tantas lágrimas e tanta dor podia tomar conta daquele corpo pequeno e magro? Diana precisa de um caminho. Precisa de vida. Não acredito que ela está condenada como pensa que está. Deve existir uma luz. Um milagre. Que tipo de princesa nasceu para o fracasso? Isso foge dos livros e contos de fada. Princesas são fortes, são guerreiras. São independentes e decididas. Como eu poderia explicar para a Diana que ela é tudo isso. Palavras me faltam. Ela não sente nada, não escuta, não vê e tão pouco se importa. Ela diz ser um fracasso, o mal em forma de humano. Algo destrutivo que faz as pessoas sofrerem. Diana me contou que disseram que isso é algum tipo de provação. Ela pede que eu explique. Passo aos mãos em seus cabelos e peço que respire. Isso há de passar...