segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Clarice por Clarice

     
 “Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
       Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”

“Através de meus graves erros — que um dia eu talvez os possa mencionar sem me vangloriar deles — é que cheguei a poder amar. Até esta glorificação: eu amo o Nada. A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada. E desta queda é que começo a fazer minha vida. Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo. Não sei o que fazer de mim, já nascida, senão isto: Tu, Deus, que eu amo como quem cai no nada.”

 “Um nome para o que eu sou, importa muito pouco. Importa o que eu gostaria de ser.
       O que eu gostaria de ser era uma lutadora. Quero dizer, uma pessoa que luta pelo bem dos outros. Isso desde pequena eu quis. Por que foi o destino me levando a escrever o que já escrevi, em vez de também desenvolver em mim a qualidade de lutadora que eu tinha? Em pequena, minha família por brincadeira chamava-me de ‘a protetora dos animais’. Porque bastava acusarem uma pessoa para eu imediatamente defendê-la.
       [...] No entanto, o que terminei sendo, e tão cedo? Terminei sendo uma pessoa que procura o que profundamente se sente e usa a palavra que o exprima.
É pouco, é muito pouco.”

Textos extraídos do livro Aprendendo a viver, Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2004.
http://www.claricelispector.com.br/Default.aspx

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Princesa Diana


O que minhas duas admiráveis princesas tem em comum? Beleza (modesta..rs), a intensidade em viver a vida, a paixão por tudo e todos, a polêmica de entrar em confusões e conflitos, a facilidade de tomar decisões importantes sem dar a mínima para o que a sociedade machista iria pensar e claro, o DIVÓRCIO. Elas são princesas divorciadas. Estranho para uma plebéia que poderia suportar as traições do marido. Estranho para uma jovem de 26 anos que poderia levar um casamento medíocre e de fachada. Estranho, diferente, conflituoso, recheado de julgamentos, questões não explicadas e traumas que só quem passa por uma situação como essa pode entender. A história da minha amiga Diana começou no dia 24 de maio de 2010 (leiam o post dessa data). A partir dali tudo mudou em sua vida. Na minha vida. Na vida dos seus familiares, amigos, colegas de trabalho e até de desconhecidos, que ouviam seus relatos sem entender absolutamente nada. O divórcio cresceu no Brasil mais de 100% em relação ao ano passado. Nos Estados Unidos, diariamente, quatro casais se separam. Ufa, diz Diana. Não sou a única, completa. E não é mesmo. Eu e minha princesa saímos lendo, fazendo buscas na internet, horas de terapia a fim de entender o que leva um casal ao divórcio. Onde foi parar as juras de amor eterno? Planos? Onde está aquele ser, aquele mesmo, pra quem você disse SIM quando foi pedida em casamento. Pois é, nada de respostas. Apenas dúvidas e mais dúvidas... Há algum tempo, eu e Diana encontramos um blog na internet com histórias de mulheres, dos mais diferentes tipos, relatos, dúvidas e indagações sobre o casamento. Algumas mulheres pediam conselhos. Não sabiam como agir. Outras já haviam terminado a relação. Outras descobriram que o parceiro tinha outra opção sexual. Outras foram traídas. E outras, tantas outras, não tinham certeza de nada. Mulheres que apenas compreendiam que seus ex-maridos não eram mais os homens que elas amavam, que a convivência não era mais saudável e que não existia mais amor. A ordem podem mudar mas o resultado final é o mesmo. Cada depoimento que Diana lia, eram algumas lágrimas que escorriam de seu rosto quadrado. Cada frase tocava sua alma. Era como se todas aquelas mulheres entendessem cada dia e noite que Diana passou tentando entender o que não é preciso ser entendido. "Quando paramos para ouvir o problema alheio, percebemos que o nosso é apenas um grão de areia perdido nas areias do tempo." Não posso divulgar o blog por questões pessoais mas "A Esposa" diz que as pessoas quando perdem algo importante passam por algumas fases: NEGAÇÃO "Você quer negar o que é óbvio. Isso não está acontecendo comigo."; RAIVA "Você culpa tudo e todos. Por que as pessoas permitiram que eu me casasse com ele?; TROCA "Você quer se divertir, sair com várias pessoas (não no meu caso porque encontrei um namorado rápido e que ironia, na minha festa do divórcio - SIM, Diana fez uma festa de divórcio); TRISTEZA "Medo de não ser mais feliz. De não encontrar outro amor. De que nada vai dar certo.";  ACEITAÇÃO (é a que estou entrando) " Você entende que a culpa do casamento estar "estranho" não era apenas sua, assume sua parcela de 50% e sente um alívio. Você tem certeza de que nasceu para ser feliz e que ao lado do seu ex-marido isso seria impossível." Resumo da ópera? Diana não é a primeira nem a última mulher a passar por esse trauma. Ela não fez a escolha errada. Fez o que tinha que fazer. Viveu o que tinha que viver. A história teve começo, meio e fim. Minha princesa foi escolhida a dedo. Transformar o rancor em perdão é muito difícil mas ela conseguiu. O rumo de sua vida, seu novo castelo está além do que ela imaginava. Seus sonhos estão em suas mãos e ela pode tocá-los. Agradeço por meu casamento ter chegado ao fim. Agradeço por ser divorciada, ela diz aliviada. Um novo caminho se abriu para minha princesa. Aviso aos navegantes: Diana está escrevendo um livro com histórias reais de jovens divorciadas. Esperamos o mais breve possível concluí-lo. Portanto, aos curiosos de plantão: sem mais perguntas, ok? PS: Para a turma VIP o acesso é sempre liberado! Damos um longo, querido e verdadeiro abraço e nos despedimos. Agora, Diana sabe que amanhã é outro dia...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A resposta sempre vem

Andamos sumidas, eu e Diana. Estávamos percorrendo caminhos diferentes. Direita e esquerda. Gelado e quente. Bem e mal. Cada uma no seu mundinho alternativo e seguro. Nem sempre estamos juntas. Mas isso é uma outra história... Diana esteve ocupada nas últimas semanas com sua amiga Mel. Vamos comigo levá-la ao aeroporto? Disse a princesa. Respondo que sim, claro. Diana se despede de Mel e vejo em seus olhos uma expressão de liberdade. Um saco pesado saiu de suas costas. Mel se despede e eu não pergunto a Diana pra onde Mel vai. Não me interessa. Diana sorrí. Ela foi embora e não sei se um dia voltará. Fato, é que terei que conviver com ela para o resto da vida, diz Diana. Já que precisa conviver faça dessa convivência a melhor possível, digo. Alguns sentimentos, situações, pessoas, terão que fazer parte de nossa história. Existem coisas que estão fora de nosso alcance. Acho que podemos chamar Mel de furacão. Aprendi a lidar com ela, ufa! Comemora a princesa. O mundo novo de Diana é bem diferente dos outros em que ela viveu. A família de Gansos foi conhecer o novo castelo. A princesa ficou feliz. Sentiu-se amada, querida. O colo quentinho dos gansos fez com que os sonhos conturbados de Diana fossem mais coloridos. Era a força que eu precisava, ela diz. Nada mais importava e Diana desejava que o tempo parasse... Volta a fita, falo. Voltemos para o mundo real, completo. A princesa passou dias felizes mas, como em todo bando de gansos, o casal precisava seguir seu caminho... "Tudo o que é bom dura o tempo necessário para ser inesquecível", diz Diana. Fato. Diana tem aumentado seu vocabulário porque em seu novo mundo existem expressões que ela não conhecia : "Machorra = Sapatão; "Cacetinho" = Pão francês; "Negrinho" = Brigadeiro; "Patente" = Vaso sanitário; "Janta" = Jantar, entre outras dezenas de palavras bem engraçadas. Damos risada. Diana é aventureira por natureza e conhecer um novo mundo lhe dá prazer e sede para cair e levantar, cair e levantar, cair de novo e não cansar jamais. Um mundo novo não é perfeito, óbvio. Nada é perfeito nessa vida, ela diz. O "Amor Supremo" tem colocado pessoas queridas no meu caminho. Aos poucos, sou aceita e aos poucos posso demonstrar como sou de verdade, enfatiza Diana. Hum, lembrei de algo ruim...ela diz com cara de desapontada. Em uma árvore tomada de lindas maças, pode apostar, vai ter uma maça podre. A princesa descreve uma pessoa que ela nunca viu igual. Dura como uma pedra. Grosseira. Bipolar e burra, diz ela. Pergunto por que burra? Diana responde que só uma pessoas burra consegue afastar os outros de si mesma. Geralmente nós erramos e aprendemos com os erros. Essa pessoa não. É insuportavelmente repudiada pela maioria. Mais um desafio para a nobre princesa. Nada passa despercebido por mim, de alguma forma, um dia, algo de bom colocarei no coração desse ser, completa. Diana comenta sobre uma notícia que leu sobre uma barata encontrada dentro de um refrigerante e aproveita para dizer: não tenho sangue de barata! E eu não sei? Respondo. Infelizmente, minha "pequena insuportável" Diana ainda guarda sentimentos ruins em seu coração. Sempre digo que não tocarei mais nesse assunto mas se eu não falar explodo, ela diz. Também concordo. Diana precisa falar, entender, aceitar e perdoar o acidente no percurso de sua incrível jornada. Não adianta eu falar, amigos falarem, terapeuta, o Papa. Ela carrega uma tristeza e decepção que só o tempo vai curar. Sinto como se minha vida estivesse sendo tomada por outra pessoa. Saí, deixei tudo como estava e aos poucos todos esqueceram....diz minha princesa. Dia após dia, seu lugar, sua casa, seus amigos, os lugares que costumava ir, toda a sua rotina é tomada por um alguém que Diana acha que não merecia estar ali. É bom isso acontecer, respondo. Só assim você vai deixar de ser bobona e parar de confiar em todo mundo!!! Só assim você irá entender que precisa se preservar. Só assim você colocará na mente que nem todo mundo é bacana e que nem todos estarão ao seu lado! Digo olhando dentro dos olhos de Diana. Ela me olha com vergonha. O certo pra você pode ser o errado para o outro. E  contrário também. E isso vale para tudo. Não é você que define se alguém é merecedor de algo. Tenha a certeza que "lá em cima" o momento de acertar as contas vai chegar...  E assim, vivendo, você aprende que todos os problemas tem solução. Diana me dá um beijinho na testa e sai apressada. Ela sabe que amanhã sempre será outro dia...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Imensidão de quartos


Diana e eu sentamos na beira do rio. Faz muito calor e nossos pezinhos estão balançando na água. Boas lembranças da minha infância, diz Diana. A água tem um significado importante pra mim, ela completa. Para nós, finalizo. Quem nasce perto do mar aprende desde sempre a respeitá-lo, a venerá-lo e desejá-lo. É quase como um elo.Um elo que revigora, limpa a alma e nos leva ao encontro do nosso eu. Diana sente saudade do mar. Enquanto filosofamos sobre a vida uma velha conhecida de Diana se aproxima. Mel. Não conheço direito a Mel. Sei que ela surge de vez em quando no caminho da minha princesa. Para não atrapalhar a conversa entre as duas, me distancio um pouco mas não o bastante para não ouvir a conversa. Pela expressão de Diana logo entendo que Mel tem problemas e que sofre, muito. Tiro meu livro da bolsa para fingir atenção na leitura mas permaneço com o ouvido ligado. Diana, perdoe-me por aparecer sem avisar, assim de repente. Sei que te atrapalho sem mesmo querer e sei que não faço nada bem à você. Diana, abraça Mel e a deixa à vontade. Você precisa desabafar, estou aqui, diz Diana. Mel, em um momento de desespero cai em um profundo choro.As duas se abraçam. Mel não quer fazer mal à Diana mas faz. Diana sabe também que não pode ignorá-la, precisa conviver e ajudar Mel. Diana suspira e se mostra receptiva para ouvir Mel.... Sabe Diana, sou uma casa gigantesca, com muitos quartos, de todos os tamanhos e cores. Sou todos esses quartos sozinhos, sem mobilia, sem barulho. Só eu e eles. Descobri que cada quarto é uma parte de mim. Cada medo, decepção, loucura, desespero abrigam um quarto. Estou trancada nessa casa. Cada momento visito um deles. É triste, é sombrio, é a mais pura solidão. Alguns quartos se eu pudesse, colocaria fogo, queimaria e não deixaria rastros. Outros, me trancaria ali para sempre. O pior de tudo? Não tenho controle dos quartos. Esqueci o caminho para cada um deles. Acordo cada dia em um. Isso me aterroriza. Acordo sozinha, comigo mesma e tudo o que mais desejo era não estar comigo mesma. Como posso não querer ficar comigo mesma? Como posso me odiar? Não saber quem sou, ter quartos tão bagunçados e misturados. Na minha grande casa, que construi já faz quase trinta anos se eu pudesse colocaria abaixo. Passaria com um trator nela. Existem quartos terríveis. Quartos que me fazem ter vontade de desistir de tudo. Quartos que me envergonho. Quartos em que a culpa dos meus erros me atormentam, me perseguem. Diana, ninguém mas ninguém mesmo pode compreender a imensidão da minha dor e da minha solidão. Não sou capaz de abrir a porta para ninguém. E quando abro, certamente o final é desastroso. Todos que se aproximam de mim de alguma forma saem prejudicados, infelizes. Cansei de magoar aqueles que amo. Cansei de acreditar que o bem existe e que no final dará tudo certo. Nos meus quartos só restam tudo aquilo que ninguém quer. Me tornei uma pessoa oca, vazia. Preciso unir forças para abrir as portas certas. Sei que preciso. Mas não tenho forças. É impossível explicar para alguém uma dor que vem da alma. Um vazio sem fim. Uma Mel que não vive, sobrevive. Diana abraça Mel. As duas choram . Sofrem juntas. Diana promete que ficará ao lado de Mel. As duas se despedem, Mel diz que precisa voltar para casa. Ficar fora não faz bem pra ela. Ela acha que está sendo perseguida, que todos apontam para ela, que sua presença incomoda, é indesejável. Diana entende e diz que estará perto sempre que Mel precisar. De um certa maneira, as duas sempre estarão presentes uma na vida da outra. É fato que elas terão que conviver. Tenho certeza que Diana vai ajudar Mel nesse desafio que é árduo mas que tem solução. Mel vai embora e volta sozinha, andando com a cabeça baixa, quase se escondendo das pessoas que passam nas ruas... Volto para perto de Diana e minha princesa chora.Mel afeta o coração de Diana. A presença de Mel não traz coisas boas, no entanto, Diana sabe que precisa conviver e reverter a situação em que Mel está. Eu e Diana estamos cansadas. Mal conseguimos nos despedir. Cada um segue para o seu castelo. Digo à Diana que amanhã será outro dia. Infelizmente Diana fica triste. Mel surgiu em sua vida de novo. Diana fará o possível e o impossível para ajudá-la. Ninguém, mas ninguém mesmo merece sentir o vazio de Mel.... Estou preocupada. A presença de Mel tumultua a vida de Diana. Mas enfim, os problemas estão aí para serem resolvidos e Diana... ah, Diana sabe que nada é impossível....

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Nenhum dia pode ser apagado


Não encontrava Diana há dias. Minha princesa deu uma "sumida" básica. Sinto de longe quando ela precisa de mim. Somos cúmplices. Nos completamos. O que falta em mim tem de sobra nela... e vice-versa. Não me surpreendo quando Diana vem em minha direção correndo com os braços abertos, feito criança mesmo. Eu precisava tanto conversar, diz Diana. Eu bem sei, sou sua ouvinte preferida lembra? Claro que Diana não esquece, nem sei porquê perguntei. Ficamos horas conversando. Diana conta sobre sua nova vida. Seu novo lar. Sua adaptação. Mundos iguais e ao mesmo completamente diferentes, diz Diana. Entender não entendo mas se você diz, sei que é verdade, respondo. Diana diz que três meses é o tempo necessário para que qualquer ser humano se adapte a uma nova realidade. Ela acredita nisso, tem certeza absoluta e torce para que o universo conspire a seu favor. Por trás desse sorriso quadrado existe um balde de lágrimas escondidas, diz Diana. Abraço-a bem forte. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Minha princesa não precisa dizer nada. Uma pessoa capaz de perdoar à todos. Uma pessoa incapaz de perdoar a si própria. É isso que Diana é. O que posso fazer para acalmar a alma daquela que acompanhei nos melhores e piores momentos? Infelizmente, caímos na vida. Levamos tombos, arranhões, todos os dias. Olho em seus olhos e falo a única coisa que me vem a cabeça: VAI PASSAR, EU PROMETO. Quando deixarei de me culpar? Quando aceitarei que errei? Quando não sentirei vergonha do que fiz? Quando conseguirei arrancar da memória momentos que nunca deveriam ter acontecido? Diana me faz todas essas perguntas. Suspiro... e seguro suas mãos... Diana querida, nossos dias, meses e anos não podem ser apagados. Você é iluminada. O perdão vai chegar... logo... quando menos você esperar. Não se culpe. Se nada de ruim tivesse acontecido o seu hoje não seria como é. Diana sorrí. Meu hoje é bem feliz, ela diz. Nada, nadinha acontece por acaso. Você carrega exatamente aquilo que pode carregar. Não faça planos, não espere nada. Viva o hoje. Ouça seu coração. Seja boa com quem é bom e mesmo com quem é ruim, continue sendo boa. Amanhã tudo pode mudar, acredite. Faço qualquer coisa por amor, vou até o final do mundo, desabafa Diana. Eu sei disso, respondo. Justamente porque sei peço que tenha paciência. Você é amor e outra metade também. Seu futuro será lindo. Amanhã sempre será um novo dia. Olho para o lado e Diana está dormindo.... apago sua luminária e beijo sua testa. Sonhe com os anjos minha princesa...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Poucas palavras


Nunca fiquei tanto tempo sem ouvir a voz de Diana. Sou uma mulher de poucas e sábias palavras, ela diz convencida. Faço cara de desentendida porque sei que isso não é verdade. Diana é uma mulher de muitas palavras....ela sabe disso. Estranho ficar sozinha comigo mesma, ouvir apena a minha voz, os meus pensamentos, desabafa Diana. Skype, Messenger, Nextel, redes sociais, nada disso substitui o que minha princesa sente falta. É muito bom recomeçar, reinventar nossa história, mudar o rumo do nosso destino. Ao mesmo tempo sinto como se tivesse colocado meu passado em uma mala e jogado fora, diz minha amiga. Como entendo Diana. Entendo e sinto na alma o que ela sente. Todos nós somos substituíveis na teoria. Mas na prática...hum... doído aceitar. Diana vê seu círculo, sua antiga zona de conforto caminhando de vento em poupa e sente uma pontinha de inveja (branca sempre!). Por instantes, ela deseja estar lá, em vários locais ao mesmo tempo. Recomeçar foi a melhor escolha que fiz na vida, ela comenta. Se existe algo que eu tenha feito de bom foi isso porque o resto... sem comentários, risos, enfatiza a princesa sarcástica como de costume. O que eu acho? Bom, Diana ainda não se perdoou. Sente vergonha das decisões que tomou. Sente raiva dela mesma. Sente tristeza em não ter mais a fantasia, o lúdico dentro de seu coração. Sente nostalgia em não acreditar nas histórias românticas, filmes e livros, onde tudo termina com final feliz. Diana dá risada. Ela sempre dá risada quando não sabe o que dizer. Ela não precisa falar nada. Seus olhos dizem tudo. A vida é como o mar... nunca pára, às vezes está agitado, às vezes calmo... Olho para Diana e vejo que sua cabeça está longe, está em qualquer lugar menos ouvindo minhas palavras... Ela não sabe mas suas feridas um dia vão secar. Seus medos irão embora e ela vai perdoar a si própria. Queria de alguma dar para Diana a CERTEZA que tudo ficará bem. Infelizmente não consigo. Nos despedimos... os dias, meses e anos vão passar.... amanhã será outro dia. Em algum momento Diana vai acordar. Eu sei que vai...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Focando em Diana


Encontro marcado. 9h na mesma praça de sempre. Não entendi porque esse horário, Diana detesta acordar cedo, rs. Caminho devagar e da esquina procuro minha amiga. Vejo uma menina sentada na grama, com uma toalha estendida e um monte de guloseimas. Encontrei Diana. O melhor café da manhã é aquele que tem tudo que amamos comer, diz a princesa. Falamos algumas bobagens, fofocas e comentários tipicamente femininos. Pergunto como Diana está. Vejo uma lagriminha querendo cair dos olhos grandes da minha princesa. Diana não responde, apenas deita no meu colo e pede carinho nos cabelos. Todo o meu velho discurso sobre dificuldades, obstáculos e blablabla não adiantam mais. Cheguei preparada para toda e qualquer situação, achei que estava, diz Diana. Toda a teoria e conselhos que ouvi e absorvi são complicados de colocar em prática, ela completa. Minha princesa, imagino como deve ser sentir-se só mesmo quando há pessoas ao redor. Sentir a hostilidade natural de quem não te conhece, não sabe sua história. Perceber cochichos paralelos e sentir vergonha alheia. Desde criança o Ganso pai me ensinou a nunca cochichar, isso é bizarro! Existem várias formas de fazer comentários alheios sem que o outro perceba, desabafa Diana. Sinto vontade de rir mas me seguro para não chatear minha amiga. Percebo que Diana me aperta forte e escuto um chorinho querendo surgir. Olho bem para o rosto quadrado dela e repito o que ouvi de uma das pessoas mais queridas da minha vida, Célia: FOCO. Não se deixe abalar com fatores externos. Foco em você, no seu futuro, apendizado e crescimento. Resolvi contar uma história para Diana. Um dia, estava eu em um momento crítico e difícil. Sentada em uma mesa de reunião aguardando gerentes de uma multinacional recebo um telefonema da morte de uma pessoa querida. Meus olhos transbordaram em lágrimas, meu corpo ficou gelado. Eu não via, nem ouvia nada. Um filme dos momentos que passei com essa pessoa querida invadiu meu pensamento. Minha grande parceira Célia segurou meu rosto com as duas mãos e disse: FOCO. Essa história não pertence mais à você. Sinta a dor da perda mas concentre-se no que você se propôs a fazer. É uma reunião importante, volte para a realidade e se preocupe com o que é prioridade agora. Era tudo o que eu precisava ouvir. Célia, por diversas vezes precisou ser firme comigo, dizer palavras pesadas e sinceras para que eu prestasse atenção naquilo que realmente importava. Diana entendeu meu recado. Todos os dias, acontecerão coisas boas e ruins que poderão levá-lo ao foco ou simplesmente tirá-lo dele por completo. Não se deixe enganar. Diana sorrí. Quanto mais fraca me sinto mais forte me torno, diz minha princesa. Simmmm, eu grito! Você sempre será uma desconhecida em um novo mundo. Quando este mundo deixar de ser novo, você será vista como realmente é. Uma princesa do bem. Não espere dos outros mais do que eles possam te dar. Espere. Tenha paciência. Para você, o mundo ainda é novo e desconhecido. Continue sendo a Diana de sempre. Aos poucos seu castelo estará erguido.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Barco de amor


O mundo realmente conspira a favor das pessoas do bem. Inacreditável como toda a energia que você emite para o universo volta para você em dobro. Tenho observado Diana esses dias... minha princesa anda em constante estado marítimo, cheia de altos e baixos. Certo que ela daria risada se me ouvisse dizendo isso, risos. Seu castelo está quase pronto e ela insiste em usá-lo como fortaleza. Simples: ela não quer sair de dentro dele. Engraçado, porém estranho. Diana não consegue ficar sem falar, sem ouvir, sem descobrir histórias, sem viver aventuras. Diana perdeu-se dentro de seu próprio castelo. Aprendi a respeitar esses momentos. Entender já é pedir demais né? A princesa Diana com esse seu mundo paralelo torna-se uma caixinha de surpresas. Suas emoções vão do céu ao inferno em segundos. Ela não quer nada. Não quer ouvir. Nada adianta. Ninguém compreende. E eu bem sei que isso é verdade. Diana será uma eterna incompreendida. Ela sabe. Princesas diferentes são assim. Diana diz que as frases e pensamentos criados em sua mente mais do que fértil são absolutamentes distintas e surreais. Diana se esforça. Pensa, pensa, pensa e até quer dividir mas... Seu sábio Ganso vive dizendo que ele não viverá para sempre. Diana é louca por esse Ganso. Complexo de Édipo talvez? Um pouco. Não acho saudável Diana achar que seu Rei é o melhor, é único, só ele poderá protegê-la. Soa infantil essa história. No entanto, a verdade é o que é. Nessa vida, o Rei de Diana já possui uma linda Rainha. Tavez, nas próximas passagens eles se encontrem... Almas que se amam verdadeiramente cruzam-se mundos afora. Diana acredita nisso. Tem plena certeza como 2+2=4. Tenho orgulho dessa menina. Vejo sua vida passar e penso se conseguirei ser igual. Igual não, parecida. O mundo não teria graça se todos fossem iguais. Hoje, Diana chorou. Medo, preocupação, solidão. Ela sabe que seu mundo complexo é pesado demais e se cair o estrago é enorme. Diana não temeu. Ela fechou os olhos e uniu tudo de melhor que existe dentro dela. Os sentimentos, as lembranças. Houve um encontro de almas: Rei, Rainha e do seu bobinho preferido. A união dos quatro foi sublime. Não há problema que não possa ser resolvido. Não há obstáculo que não possa ser superado. Não é preciso acreditar no impossível porque simplesmente nada é impossível. Para aqueles que amam existirá sempre uma mão macia, cheirosa, delicada. Uma mão invisível que toca o coração. Um Amor Supremo que envolve, aquece e acalma aqueles que o procuram... Amanhã será um novo e lindo dia para Diana. Lágrimas escorrem no meu rosto. Lágrimas de felicidade...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O caso do acaso


Diana me entrega uma carta que encontrou ao lado de uma árvore. Propositalmente alguém deixou ali, ela diz. Será anônima? Pergunto eu. Não tem remetente nem destinatário, acho que é um desabafo de uma alma solitária, enfatiza Diana. Às vezes, tudo que alguém precisa é falar. Deve ser triste não ter com quem compartilhar. O que é bom para mim pode ser ruim para o outro. O ser humano não gosta de ser julgado. Mentes inquietas não tem limites, gostam de ser solitárias. Enfim, talvez quem escreveu a carta não pretendia nada específico. Talvez sejam apenas palavras, soltas em uma folha amassada de papel. Diana e eu sentamos na grama ainda molhada. Uma forte brisa levanta os fios de nossos cabelos e ali ficamos, estáticas lendo as palavras de um alguém que não tem nome...

..."É pecado sentir inveja?
É sujo desejar ser tudo o que não se é?
É humilhação implorar por amor?
É egoísmo não querer viver?
Seria melhor recomeçar em outro lugar?
É estranho não ter parâmetro para mais nada?
Não sentir dor?
Não acreditar no impossível?
Excluir e desistir do ser humano?
Não sinto fome. Não ouço barulho algum.
Não vejo bondade. Misericórdia.
A sociedade é infestada de parasitas que precisam mostrar o tempo todo algo.
Algo esse que não existe. Não tem forma. Não tem nome.
O silêncio e o escuro permanecem.
Não há ninguém. Eles não vão chegar.
Acredite, é só você.
Agarre-se no que sobrou de sua dignidade e continue caminhando....
Os pés ainda doem... sangram....
Trazem marcas eternas.
Daria tudo para não tê-las.
Como poderia dar tudo se não tenho nada?
Continuo de pé. Firme. Forte.
Cabeça erguida.
Sou o que sou e o que preciso ser.
Ser eu mesmo basta.
Já é o bastante, já é pesado.
Fardo sem fim.
Aceito. Sem choro nem vela.
Meu caminho não tem volta.
Sigo até onde ELE quiser."

Após a leitura, olhamos uma para outra sem saber ao certo o que dizer. Vamos rasgar? diz Diana. Sim, respondo. Juntas falamos: amanhã é outro dia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Princesas também pedem desculpas


Minha pequena insuportável Diana (mamy fala assim...rs), que chatisse essa sua TPM! Pareço um mar agitado com altas ondas, diz a princesa. Creio que todos os seres denominados "mulheres" sentem a mesma coisa. É sensibilidade pra cá, tudo irrita, tudo faz chorar, é um problema mesmo! Não sei não, tenho que me concentrar e escrever na parede ESTOU DE TPM para acreditar. Se não for assim parece que continuo a mesma Diana sem controle, comenta ela. Calma lá.... uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não se cobre tanto minha princesa. Você tem apenas 26 anos. Leve a vida com mais tranquilidade, menos preocupação, menos maturidade. Seja criança quando quiser, mas calma, não leve ao pé da letra isso, danos irreversíveis podem causar mal à saúde. Gargalhamos. Por que é tão complicado se relacionar com o outro? De onde surgem as divergências? Onde está aquele homem e mulher que de tanta saudade um do outro lágrimas escorriam do rosto? Pergunta Diana. Quanto mais o tempo passa, quanto mais chegam as responsabilidades, as cobranças mais as pessoas se afastam. Isso acontece com um casal de namorados, amigos e amigas, pais e filhos. É bem complexo administrar essa relação tênue onde uma palavra mal colocada pode ser intepretada de XXX maneiras. Diana diz não entender a atitude de algumas pessoas. Pessoas não, amigos, amigas. Digo, princesa, cá entre nós, você é um pouco sem noção né? Diana balança a cabeça como quem diz, sou mesmo, erro de fabricação, ninguém é perfeito oras. Já fiz coisas "erradas" (que a sociedade acha errado, para mim não existe isso). Já magoei. Já disse palavras doídas. Já deixei de dar a devida importância à pessoas que amo. Já tomei atitudes imprudentes. Nossa, se eu for listar tudo de ruim vai dar um livro, desabafa Diana. Todos os seres humanos erram e acertam todos os dias, completo. Uma coisa que aprendi com um "ganso pai" (leiam Aprendendo com os gansos de Alexandre Rangel) é não temer as palavras DESCULPE-ME e PERDOE-ME. Palavrinhas bonitas que tornam-se mais belas ainda quando ditas com o coração, suspira Diana. Perdoar é um ato nobre, humilde acompanhando de misericórdia. Às vezes, não sabemos o que levou o próximo a se zangar, às vezes não entendemos e de vez em quando não fazemos idéia do que se trata. Mesmo assim, peça desculpas. Se a distância apertar, peça perdão à sua alma. Deseje o bem à todos, sem exceção. Permita que pessoas amadas saibam que são amadas. Experimente hoje e não deixe para depois. Esse exato minuto jamais voltará. E Diana, princesa não têm tempo para TPM. Diana dá risada. Princesas têm o coração do tamanho do mundo, princesas ajudam o próximo, estendem a mão para todo o seu reinado e mantém aquele lindo sorriso quadrado no rosto, que só você tem. Essa função de princesa às vezes cansa, diz ela com olhar tristinho. Entendo mas.... você sabe, é diferente, é especial e ser nobre implica sacrifícios que sangram, misturam lágrimas, conflitos. A vida é simples. Nós que complicamos tudo. Captei a mensagem, princesa Diana voltando para o seu posto agora! Ela diz sarcástica. Isso, nâo vire escrava de você mesma. Viva o hoje. Já sei, diz Diana. Amanhã é outro dia, diz ela. Sábia princesa!

sábado, 22 de outubro de 2011

Novo reinado...


Diana, Diana, queria tê-la perto de mim sempre, todos os dias. Queria pegá-la no colo, segurar suas mãos e dizer que tudo ficará bem. Você não precisa dizer, eu sei e sinto seu amor, diz minha princesa. Estou feliz. Diana é valente, ela sempre sabe que no final tudo vai dar certo. Às vezes, confesso que gostaria que OTIMISMO fosse vendido na farmácia, muita gente precisa disso, risos. Diana está segura. O príncipe Martin apareceu montado em seu cavalo branco. Uma linda e verdadeira história iniciou-se e enche o coração de Diana de amor, companheirismo, lealdade e aprendizado. Como tudo na minha vida é inusitado, cruzei com um lindo príncipe por acaso, assim... como quem não quer nada... diz Diana sorridente e manhosa. Era o que eu precisava ouvir. Diana sabe o que faz. Atraímos para perto de nós aquilo que enviamos para o universo. Quem faz o bem, recebe o bem. Quem dá amor, ganha amor. E por aí segue... ninguém escapa da lei da Ação e Reação. O príncipe Martin está ajudando Diana a construir seu castelo. Ele já está quase pronto, príncipe e princesa estão lapidando o restante. Amor, respeito, amizade e carinho formam o alicerce na nova morada de Diana. Às vezes de tanto rir caio no mais profundo choro, diz a princesa. O príncipe Martin não entende muito mas o seu colo quentinho e silencioso é tudo o que Diana precisa. A paciência é a maior virtude do ser humano e é também o maior desafio de Diana. Martin me ensina esse dom diariamente, ela diz. Diana não precisa dizer mas sei que seu castelo está florido. Ontem, dia 21, foi um dia estranho para minha amiga. Um ano passou rápido. Um ano mudou por completo a vida de Diana e de todo o seu reino. Um dia que de mais feliz passou a ser mais um dia, um dia qualquer, um dia que jamais será esquecido. Uma data que deu início a uma história sem pé nem cabeça que Diana fará questão de contar à seus filhos. Um dia importante, que se Deus quiser irá acontecer de novo. Não com um príncipe de mentirinha, fajuto. Um príncipe de verdade, com valores, ideais, moral e hombridade. Diana recebeu um recado anônimo em uma rede social. Obrigada pelas palavras de carinho, disse ela. Não podemos apagar nosso passado nem tirá-lo de nossas vidas. Podemos e devemos aprender com ele. "Se algumas pessoas se afastarem de você, isso é resposta da oração: "livrai-me de todo mal, amém". Diana aprendeu a lição e agradece todos os dias por cada minuto vivido na sua história de vida sonhadora, paralela e complexa...

domingo, 16 de outubro de 2011

Amar é viver

Ufa, até que enfim reencontro Diana. Voltei, são muitas emoções, diz ela. Ôpa se sei.... damos risada. Diana mudou de endereço mas continua a mesma. Mesmo sorriso, mesmos sonhos, medos, conflitos e sentimentos. Seja lá onde estiver será sempre assim. Diana concorda com a cabeça e logo percebo seu olhar sensível. Mudam-se os personagens mas a história é única, diz minha princesa. Diana refere-se a história da vida como ela é. As dificuldades, a saudade, os amores, as dores, os pensamentos loucos que de tão loucos tornam-se sensatos. Não existe um ser normal né? Por que eu seria diferente?, indaga Diana. Ninguém cruza o nosso caminho por acaso. Até mesmo aquele senhor taxista pra quem você contou quase toda a sua vida. As pessoas cruzam-se para amadurecem umas com as outras. Para ensinar. Para aprender. Para sofrer e chorar de decepção. Para sorrir e dar gargalhadas de alegria. Ou apenas para nos fazer pensar em tudo aquilo que somos ou queremos ser. Tenho estado em constante mistura de sentimentos, diz Diana. Euforia, felicidade, nostalgia e uma saudade doída... que às vezes (quase sempre) vem acompanhada de um litro de lágrimas. Aperto forte as mãos de Diana. Até a mais forte e segura das mulheres precisa de vez em quando de um olhar de compaixão e amor. Diana é exatamente esse tipo de mulher. É capaz de enfrentar o mundo e defender seus ideais. No mesmo dia passa horas chorando lembrando de instantes que jamais voltará a viver. Uma cozinha, com panelas de inox e uma energia boa familiar, fez com que Diana voltasse por instantes na cozinha da casa de seus pais. Ouvi a voz deles, a gritaria e risada, sua mãe cortanto tomate e dando para os cachorros, aquela amor exalando pelas paredes, aquela sensação de que nada mais no mundo importa. Esses momentos são os melhores. São especiais. São divinos. Diana sempre deu prioridade à pessoas amadas. Mas quando passamos a não conviver mais com esses "anjos iluminados" damos o triplo de valor a cada segundo vivido ao lado deles. Acho que estou ficando velha, diz Diana sorrindo. Somos duas, respondo. Diana me pergunta o que acho do amor. Hum... palavra linda, significado complexo e discutível. Amor para Diana é vital. É simples, está implícito nela. Diana tem facilidade em amar, em dizer EU TE AMO, em amar sua família, seus amigos, cachorros, amar  tudo aquilo que ela considera real e sincero. Amar não é exclusividade. Não é domínio. Amar é querer bem o outro sem esperar nada em troca. É o desejo da felicidade alheia acima de qualquer coisa. É sorrir sem saber o porquê. É chorar de alegria e vibrar com as conquistas do outro. É sentir o coração apertado quando se está longe. Amar mesmo é respeitar o diferente, o oposto. É ver e ouvir coisas ruins que de vez em quando divergem instantaneamente com nossos valores ou ideais  e desejar do fundo da alma, que tudo ficará bem. Creio que infelizmente nem todos nascem sabendo o significado do amor. No entanto, é possível aprender a amar. Existem pessoas loucas para aprender. Outras não se importam. E outras ainda sabem e não querem amar. Que louco isso, não me surpreendo mais com nada nesse mundão de meu Deus do céu, diz Diana. Pois é princesa, sem regras, sem certo e errado, sem normalidade e loucura. Cada um é o que é e o que quer ser. A vida se encarrega de unir as peças do quebra-cabeça. Quando pensamos que tudo está errado ou fora do lugar lá vem uma luz no fim do túnel para iluminar nossa caminhada. E é assim com todo mundo. Basta aceitarmos que nenhuma gota de água cai do céu à toa. O mais simples tombo pode mudar o rumo de uma vida inteira, finalizo. Dou um longo abraço recheado de saudade em Diana e nos despedimos. As duas sentem sono... muito sono.... e amanhã, claro, é outro dia...

"Se amar é viver, vivo porque amo vocês..." (música de Barros de Alencar)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Saudade urgente

Como já dizia a formidável Clarice Lispector, "Saudade é um dos sentimentos mais urgentes que existem." E não é que é mesmo, diz Diana. Saudade é algo que não se explica, não se mede, completa. Diana está com os olhos brilhantes e molhados. Uma mistura de dor e felicidade exatamente iguais, na mesma proporção. Ela ri, dá gargalhadas até doer a barriga e na sequência sente uma forte e intensa vontade de chorar. Uma vontade que vem da alma, ela diz. Não é nada fácil deixar tudo para trás. Os pais, amigos, a casa, a rotina, a irmã. É bem triste eu diria. Diana diz que nunca sentiu-se tão só, ela e ela mesma. No final das contas, o saldo é positivo e aí você entende que precisa tirar forças do fundo do coração e seguir em frente. Diana olha para suas coisas, seus livros, sua cama, o cheiro da sua casa. A nossa casa é o melhor lugar do universo, diz ela. Concordo amiga. Concordo e completo dizendo que a melhor casa está dentro de você. É você quem faz sua casa ser colorida, positiva, feliz mesmo com poucos móveis. Diana já saiu de casa outras vezes mas nenhuma saída foi tão dolorida como essa. A vida nos surpreende a todo instante. As pessoas mudam, os lugares, as vontades, os medos e os sentimentos. A saudade realmente é a única maneira de fazer um instante durar para sempre. Certas coisas ficarão na memória, no passado distante ou não tão distante. O mundo vai continuar girando e tudo vai mudar. Sou muito iluminada. Deus tem sido generoso comigo, diz Diana. Por que?, pergunto. Sou capaz de ver coisas que antes não via. Posso sentir o cheiro de coisas boas e ruins de longe. Percebo o olhar das pessoas, quase leio suas mentes... fala em tom de suspense. Aff Diana. Calma aí... Damos risada. Tudo o que Diana queria era que o tempo passasse logo. Era poder gritar na cara de todo mundo que ela já ligou um foda-se faz tempo. Apertou o botão para a hipocrisia, para o machismo, para a falsidade, para os achismos, para TUDO. Diana é quem é e não vai mudar. Dói sim ficar sem os pais, a irmã, a família. Dói ficar sem os amigos queridos, amados. Dói recomeçar sozinha, longe de tudo, de todos. Impossível não sofrer. Diana é metade amor, e a outra metade também. Como ignorar essa dor que não sai???? Choros, dor de barriga, mal-estar.... uma mistura de tudo e de nada. Vontade de dormir, de ir logo, de sumir, de acordar cedo e pegar  estrada. Vontades misturadas, nostálgicas e cheia de saudade. Posso colocar todo mundo na mala e levar junto? Pergunta minha bela princesa com água nos olhos. Infelizmente não Diana. Você apertou vários botões e um deles foi o START, começa agora uma nova vida, novo trabalho, novo amor, novos amigos. A velha Diana será sempre a mesma e levará consigo onde quer que esteja as pessoas mais amadas do mundo. A distância não é nada. O tempo é irrelevante. Verdadeiros amores não mudam. Permanecem. A todo instante. Todos os dias e noites. Grande mudanças exigem grandes sacríficios. Diana sabe disso. Entende e gosta. Novas aventuras virão, novas histórias. Diana chora. Seu coração está partido. Sua alma está renovada e agora ela sabe onde quer chegar. Está em suas mãos. Diana guarda sua chance no lugar mais especial de sua alma e assim nos despedimos. Amanhã é outro dia...

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Um segundo olhar

Sempre disse a Diana que seus olhos mudariam com o tempo. Eu sabia que um dia iria ouvir isso dela. Criei uma capa invisível de auto-proteção, diz Diana. As sensações e os sentimentos mais aleatórios entram na minha alma o dia inteiro. Sou capaz de estar onde quero na hora que quero só fechando meus olhos, completa minha princesa. O tempo é um santo remédio mesmo. Muda os sonhos, os pensamentos, o modo de ver a vida e até a percepção que se tem das coisas. Diana diz que nada poderia ser diferente do que é hoje. Nada. Se todos pudessem sentir o que tenho dentro de mim os obstáculos seriam menores, as decisões da vida mais amenas, a tragédia viraria comédia e literalmente toda sua essência viraria amor só amor, completa. Nada tem sido fácil, obviamente. O medo, a insegurança, o frio na barriga, aquela sensação de impotência perante os desafios. Quando amamos muito temos medo de perder. Mas quando entendemos que o universo conspira a favor daqueles que andam em parceria com ele o contexto da história muda. Você sabe o que precisa fazer, sabe o caminho, entende a dificuldade que enfrentará mas aprende a praticar a sábia paciência... Diana paciente? Pode? Creio não estar entendendo direito, brinco com ela. Pois é, fechar os olhos, respirar profundamente, contar até dez, tudo isso e mais um pouco ajuda, diz Diana. Claro que caímos na gargalhada (como sempre). A idéia do único, especial, enfim, qualquer outra nomenclatura caiu por terra abaixo. Infelizmente somos substituíveis. Pior que somos e dói saber disso, fala Diana com aquela cara de decepção. Pois é princesa, cada segundo do nosso precioso dia é único. Fez, fez. Não fez, tchau. O dia seguinte jamais será igual ao anterior. Quanto à nós.... hum, a história muda. Como diz minha sábia guru, mudam-se as prioridades. Mudando as prioridades mudam também nossos desejos, vontades, objetivos e aí sim somos capazes de substituir as coisas. Vi no rosto quadrado de Diana que ela não gostou das palavras que eu disse. Pergunto à ela e tento entender sua expressão aflita. Tenho dificuldades de colocar em prática essa teoria que parece fácil mas de fácil nada tem, explica Diana. Querida amiga (puxo Diana pelas mãos e encosto sua cabeça em meu ombro), você já viu algo fácil ter graça? Olhe ao seu redor. Relembre os incríveis e surpreendentes momentos de sua vida. Nada faz sentido? Diana se aconchega no meu colo de amiga e solta um forte e longo suspiro.... Captei a mensagem, ela diz. Ser ou não substituível depende muito do contexto de quem está analisando algo ou alguém. Depende de gostos, crenças, valores, sentimentos, experiências. O que é único para um é totalmente dispensável para o outro. Esse é a liberdade da vida, o livre arbítrio. No final de tudo o que bom fica. O que é ruim vai embora. Assim, mudam-se as prioridades, os caminhos, as vontades e os amores...fato: nada é eterno. Tenha uma, duas, três, quantas faces precisar. Reinvente sua história a cada dia. Diana levanta e sorrí. Essa princesa é bem esperta, entendeu rápido meu recado. É o sangue real, diz ela. Sabia que a princesa Diana terminaria essa conversa com uma gracinha.... nos despedimos e eu em meus pensamentos digo: amanhã é outro dia...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Para chegar ao castelo é preciso nadar pelo fosso

Que saudade sinto de Diana. Damos um abraço bem apertado daqueles que não dá vontade de largar. Preciso tanto disso, diz Diana. Tenho visto pouco minha princesa nas últimas semanas. Diana está em um momento crucial, único, difícil e desafiador. Os sentimentos se misturam, se enrolam, dão um nó que Diana mal consegue respirar. Não é nada fácil encontrar o equilíbrio da vida, ela diz. Concordo, respondo. A cada escolha uma renúncia. E as renúncias são grandes. São incompreendidas. Questionadas. Creio que por isso Diana tenha se afastado de mim. A famosa e mais fácil solução: a fuga. É muito mais fácil dormir, fechar os olhos, mudar o rumo do que encarar a dor de frente. Puta que pariu como dói! Diana grita interpretando daquele jeito engraçado que ela faz...risos. A dor é igual para todo mundo princesa, acredite. Quando paramos de olhar para os nossos próprios problemas, a dor diminui, se acalma. É claro que o mundo inteiro quer se comparar com o que há de melhor...mas...é preciso também se deparar com a realidade da maioria da população desse nosso Brasil de meu Deus do céu... Diana sorrí. A família dos gansos me ensinou direitinho a lição, diz Diana. Por mim, todos seriam felizes e contentes! Ninguém sofreria. Passaria fome. Sentiria dor. Entra em ação a Diana sonhadora.... Calma princesa, continue sonhando, um dia eles viram realidade mas com o pé no chão, com o realismo e a verdade nua e crua. Diana encontrou seu amigo Felipe e me contou coisas que muito me interessaram. Como entender a nossa mente, como lidar com o subconsciente. Felipe fez um curso que Diana não lembra o nome. Os amigos foram conversando o caminho inteiro e entraram na mesma sintonia. Sintonia energética, de vibrações, coisas positivas, felizes. Felipe disse que seria mais fácil isso acontecer entre os dois pela amizade que existe entre eles mas que essa "sintonia" pode deve ser treinada diariamente. É a busca pela equílibrio, dia Diana. Apesar de não ter participado do tal curso, Diana teve a real sensação de ter estado lá, conforme Felipe narrava os fatos. Que papo surreal, comento. Diana tem atitudes e pensamentos diferentes. Como diz Francesa, todas as pessoas são diferentes, a diferença é que quase ninguém exterioza sua loucura! Novamente damos risada. Diana ouviu esses dias por aí: se eu contar os acontecimentos surreais da sua vida vão achar que é mentira. Ou então: você é a pessoa mais complicada que já conheci. Diana fala isso com a maior naturalidade e concorda. Mulheres são complicadas. Mulheres são sonhadoras. Mulheres são feministas. Mulheres são apaixonadas. Diana me conta que aprendeu a amar de outra maneira. Aprendeu a amar dia-a-dia. Que eu gosto de tudo o que é mais difícil e tudo que tem uma placa INCÓGNITA bem grande isso sabemos, Diana inpõe essa frase com ênfase. Ôpa se sabemos princesa.... então, sem sofrimentos antecipados, amanhã é outro dia! E será um lindo dia!...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

No matter how far you are, I'm near


Talvez Diana nunca tenha me contado a história da tal Francesa. Um final de semana sozinha na praia fez minha amiga lembrar como é bom estar rodeada das pessoas que amamos e que nem sempre estão fisicamente perto. Acho que por isso ela lembrou da história dessa tal menina.
Dizem que a Francesa nasceu parecendo um anjo: loira, de cabelos cacheados e pele rosada. A Francesa nasceu para integrar uma família de até então: três integrantes.  Com a chegada de Francesa tornaram-se quatro pessoas, de personalidades fortes, mas que de todas as formas se completam e estão ligados de corpo e alma.  Não são como famílias de comercial de margarina, porém são dignos de orgulho e infelizmente até inveja dos outros. Resumindo, só quem conhece sabe que é uma verdadeira confusão.
Francesa tem uma irmã, a Coruja. A mãe dela deu esse apelido por conta dos seus grandes olhos pretos. Francesa e Coruja se amam mas sempre brigavam quando crianças. Normal.  
Elas cresceram e foram morar na cidade grande. Embora amigas, no começo de tudo foi difícil. Aprender a conviver com uma pessoa tão igual e tão diferente dela, foi um trabalho árduo para a Francesa. Com o tempo ela aprendeu a dividir, a ouvir, a entender e a viver em harmonia com a Coruja que sempre mantinha-se em constante adrenalina e emoção. No fundo, só as duas sabiam o que passava no mundinho delas. Normal para essa família de sobrenome igual de sua cantora preferida (rs).
Francesa chorou na primeira “separação” que houve entre elas. Na época Coruja tinha decidido construir sua própria família. Na posição de irmã, Francesa dividiu e viveu com ela essa experiência única e maravilhosa. Elas cresceram numa família feliz, conhecem de cor e salteado o sentimento chamado amor, portanto, casar para elas é a concretização de tudo aquilo que vivenciaram a vida toda, significa colocar em prática aquilo que aprenderam com seus pais, é o ápice!
Como a vida nos prega surpresas e nem tudo de fato é o parece, Coruja mudou o rumo de sua vida e por conseqüência o rumo da vida de Francesa também. Naquele momento, Francesa não saiu do lado de Coruja, a felicidade de uma é da outra. Por ironia do destino, Francesa também passava por um momento delicado, decidiu terminar com um cara com nome de verdura. Choraram e levantaram juntas. Like Always.
As mudanças na vida delas fizeram com que se unissem ainda mais. Elas agora são mulheres, mais maduras e viraram tipo "unha e carne". Aprenderam a contar uma com a outra, dividir roupas, segredos (que até Deus duvida! rs),amigos,  problemas.... e a vida. Francesa se sentia quentinha e protegida ao lado de Coruja, viver com aquele turbilhão em forma de mulher que Coruja se tornou, lembra muitas vezes sua mãe. Determinada e decidida!
Elas passaram por TANTAS coisas juntas...
Coruja agora, novamente decidiu traçar outro rumo. Embora elas se amem e sejam amigas inseparáveis, às vezes nem sempre voamos para o mesmo lado, na mesma direção. Francesa está feliz por Coruja. Coragem e independência são duas coisas que Francesa admira e almeja numa pessoa e com certeza um dia acontecerá com ela também. Mas Francesa confessa que essa segunda “separação” não está sendo moleza. Ela está passando por momentos delicados, que só ela pode passar; nem seus pais protetores nem seu mais que amigo Espanhol do interior que ela gosta tanto podem ajudá-la.
Francesa fica se perguntando como será a vida dela daqui pra frente. Como serão os finais de semana na praia, os almoços de domingo com caipirinha do Ganso Mor, o vídeo game sem a professora que a Francesa e a Rainha admiram até dançando, o quarto com a cama enorme que a Francesa teima em dividir com Coruja, o apartamento do sonho delas que agora terá apenas três integrantes. Como será chegar em casa sem ver os olhos pretos de jabuticaba? Como serão as festas que estão por vir? Os dramas que ela terá que contar? As aventuras que viverá? Terão a mesma graça? Ela se pergunta. Por enquanto são perguntas sem respostas.
Seja lá o que está por vir, uma coisa Francesa tem certeza: família é eterna, de alguma forma eles sempre vão estar juntos aconteça o que acontecer, porque o amor que une esses quatro personagens é incondicional e jamais visto antes. Diana sabe disso e é só mais uma que tem orgulho de poder conhecê-los.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Uma estranha conhecida

Não sei como ajudar uma pessoa, diz Diana. Sou tão boa em dar conselhos, palavras de amor e otimismo e agora só sei ficar muda, ela completa. Peço para que Diana me explique o que se passa porque eu não faço a mínima idéia né? Apenas me escute? - pede Diana. Ok, as palavras são suas, respondo. Raquel, uma amiga que não via há tempos me procurou. Achei estranho, Raquel nunca pede ajuda, sempre vai e faz. A vida de Raquel vai mudar, uma mudança positiva, algo que ela sempre quis. Você sabe o que é sonhar acordada, implorar para Deus Diana? Sei sim, vira e mexe converso com o "Amor Supremo", respondo. Raquel continua e diz não sabe o que fazer. Não sabe o que pensar. Não sabe como agir. O que fazer quando você quer muto algo e ele cai como um milagre em suas mãos? Respondo: fique feliz, dê risada, comemore, solte fogos de artifício, junte os amigos e vá beber, fique perto da sua família, enfim, seu sonho está nas suas mãos Raquel! Diana, não consigo. Não consigo me mover. Não consigo pensar. Não sei dizer se o que sinto é felicidade, medo, insegurança, euforia. Só penso em ficar sozinha, dormir, esperar o tempo passar. Recomeçar do 0. Sozinha. Sem ninguém. Eu, Diana, pela primeira vez na vida literalmente não sei o que dizer. Fico muda por instantes tentando encontrar uma resposta... Ops, ela não vem. Minha amiga Raquel precisa de algo que eu não sei especificar o que é. Não consigo entendê-la. Pergunto se ela quer ajuda, quer companhia, quer sair e falar sobre outras coisas, enfim, qualquer coisa que a tire desse momento estático. Raquel responde não com movimentos da cabeça. Ela não sabe o que falar. E pior, eu também não sei! Eu, Diana! Auto-suficiente. Determinada. Sempre com uma resposta na ponta da língua. Sempre ali, em todos os lugares ao mesmo tempo. Sempre encontrando soluções para aquilo que parece ser impossível. Me senti impotente. Diana impotente, que medo! Não sei o que fazer para confortar o coração da minha amiga Raquel. Ela vai embora, linda e cheirosa, com um salto número 18. É engraçado que ninguém pode imaginar que por dentro daquele "mulherão", existe uma Raquel perdida, com um sonho realizado e sem saber o que fazer com ele. Creio que ligarei mais tarde para ela. Não, vou mandar uma mensagem, um vídeo, uma música. Algo que a ajude a entender o que eu também não entendo. A música "Carta de Amor" do Jota Quest combinaria...rsrsrs. A história de Raquel me fez refletir. Qual o limite do ser humano? Quando ele se dará por satisfeito? Feliz por completo sabe? As pessoas são mais perdidas do que imaginamos. É muito mais fácil fugir da dor. Imaginar que ela não existe. Fingir que amanhã é um novo dia e tudo bem. Eu, Diana, ainda não sei o que farei para ajudar Raquel. Mas confesso que dedicarei o pouco tempo livre que me resta para ajudá-la. Ninguém, ninguém mesmo merece sentir-se assim. Não viemos ao mundo a passeio. Algum instante, um minuto, uma palavra, algo se perdeu na cabeça da Raquel.... vou consultar os universitários hoje...(universitários iluminados que estão em outra sintonia)

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O que você faria se desistisse?

"Diana fez mais do que pode... Viu mais do que imaginava que aguentaria... e a areia nos seus olhos é a mesma que acolheu suas pegadas. Depois de tanto caminhar, depois de quase desistir, os mesmos pés cansados voltaram. Diana lutou contra tudo, fugiu do que era seguro. Descobriu que é possível viver só em um mundo sem verdade. Seus pés cansados de lutar, os mesmos pés cansados de fugir voltaram a pisar no ponto inicial, de partida, aquele que havia ficado perdido nas entrelinhas da vida." A princesa Diana pediu que eu ouvisse atentamente as palavras que ela diria. Ouvi. Quanto mais fraca me sinto, mais forte estou, diz Diana, feliz e com cara de cansada. Damos risadas juntas. Sempre damos. Às vezes de tanto rir eu choro, completa minha princesa. O pior é que realmente ela faz isso! (quase sempre) Diana queria fazer tantas coisas. Falar tantas coisas. Encontrar com tantas pessoas. É impressão minha ou com o passar do tempo o dia parece ficar cada vez mais curto? Pergunta ela. Papo de louco, respondo. As horas continuam as mesmas. Os dias e noites também. O planeta continua girando. Crianças nascem, idosos partem... o velho amigo TEMPO continua exatamente igual. Acho que quem mudou fui eu, Diana afirma não querendo afirmar. Pois é amiga, suas prioridades mudaram. Aquela menininha insegura virou um trator em forma de gente! Diana não gosta do que ouve (faz uma cara esquisita). Mas sabe que é verdade. Diana me conta que já não entende mais as pessoas tanto quanto imaginava. E quer saber? Nem quero entender - Diana resmunga irônica. Acho que você veio ao mundo para se libertar. Se libertar de você mesma. Se libertar de achismos, machismos, condutas e  opiniões. Diana abre um sorriso em seu rosto quadrado quando escuta o que afirmo. Essa sou eu - ela diz. Diana ama. Ama tanto (que dói). Diana desperta em mim tudo o que há de bom, positivo, otimista. "Grandes mudanças exigem grandes sacrifícios." Esse tem sido seu mantra. Diana repete, repete e transforma as palavras em realidade. A garotinha que destestava ficar sozinha, sem companhia agora quer ficar sozinha, quieta no seu canto. Se curtindo, 100% clima com ela mesma. Meio sozinha né? Seu coração está a quilômetros de distância. Temporariamente ela diz. Digo que quero saber mais e Diana me interrompe. Meu amor é meu amor, só meu. Faço cara de pastel e compreendo a mensagem. Novamente damos risada. Diana está um vulcão em constante erupção. Nunca se sabe o que vem por aí. Que medo, digo eu. Como é boa a sensação de ser quem queremos ser. De amar como queremos amar. De errar e levantar sem chorar. De chorar sem saber porquê. De ter a oportunidade de agarrar um sonho, pegá-lo no colo, ensiná-lo, aperfeiçoá-lo e dizer: Eu consegui. Diana me dá um beijinho de tchau e diz: eu vou conseguir! Ah se vou! Querem saber o que acho? Ela já conseguiu..... amanhã é um novo dia...

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Retrato da vida

Diana anda com a cabeça recheada de turbilhões e não tem me dado muita atenção ultimamente...rs. Ciumenta!!!, diz ela. Diana encontrou-se com o Quarteto Fantástico ontem. Oooo... turminha boa essa. Diana diz que é perfeita. Um se encaixa no outro (Calma: sem sexo). Regados à champagne, risadas e choro, histórias surreais começam a surgir. Um querendo jogar tudo para o alto. Outro sofrendo de amor. Outro indeciso em um dos mais importantes pilares da vida (que não vem ao caso citar). Outro em busca de mudanças, dindin, novos ares. Outro voando alto e longe. Outro completamente apaixonado. Cada um com a sua história, seus medos, sonhos, confusões... (isso é o que não falta)! Diana comenta que chamou sua atenção uma história que ouviu. Essa vai para o meu livro, diz ela. Diana já contou a história de um menininho, sozinho, triste, que não sabia o que era o amor e que nunca saberia. Ela tinha esquecido do pobrezinho. Segundo ela, pena não é um bom sentimento. Dentro de mim não cabe isso, comenta Diana sorrindo. Eis que a história da criança triste surge na mesa do bar. Diana conta que ouviu atentamente e conseguiu imaginar a cena (criativa não?). O menino/personagem foi se desculpar por não sei o quê de quem. Todos acharam estranho. Pedido de desculpas são sempre aceitos pelas pessoas do bem, claro, principalmente quando vem do coração. Boa ação! Todos riram. Aí entra a parte do meu livro, Diana enfatiza. O pobre menino é capaz de pedir desculpas, fazer cara de choro, de coitadinho para qualquer público (claro, ele é um personagem). O triste menino sente-se sozinho, cheio de culpas, ressentimentos. Todos concordam que ele realmente precisa de ajuda. Fica a pergunta: algum dia, por um minuto, o menino que não conhece o sentido da palavra "amor" foi capaz de pedir desculpas para as pessoas que ele feriu verdadeiramente? Pessoas que abriram as portas de suas casas, o acolheram, confiaram suas vidas e o adotaram como membro da família? Pessoas que fizeram de tudo para que ele fosse feliz? Pessoas que um dia ouviram de sua boca: "gostaria de ter nascido seu filho, se tivesse nascido nessa família minha vida teria sido diferente.". É... Diana ouviu e respirou fundo. A nobre princesa não espera e nem quer saber nada sobre o menino triste. A página do livro dela já passou muito adiante. Creio que o pobre menino teve um "apagão" na memória e esqueceu do reinado precioso em que vive Diana. O Rei, a Rainha, o Bobo da corte e mais tantos súditos que o amaram, respeitaram, confiaram e erroneamente acreditaram na história de "Era uma vez uma farsa", esses sim mereciam ouvir a palavra DESCULPA. Todos continuam com olhos abertos. Diana sorri e diz: pois é, na vida de mulheres feministas, sonhadoras e complexas acontecem coisas que até Deus duvida.... No mesmo instante o Quarteto Fantástico abre mais uma garrafa de champagne francês e brindam! Diana diz que adora o barulhindo do "tim, tim". Os heróis brindam à vida, à amizade, ao amor, a verdade e à tudo aquilo que é do bem. Uma nuvem clara e brilhante abraça os heróis. Eu pude ver, diz Diana. Amizade é uma linda conquista. Diana sai correndo para não perder o voo (tá viajando demais essa guria!). Faço parte da melhor liga da justiça!, Diana grita correndo com os cabelos no rosto. Cenas dos próximos capítulos só semana que vem! Mando um beijo de longe para minha heroína preferida. Não perco suas histórias por nada!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

As fases de Diana


Diana não consegue falar. Não consegue pensar. Não consegue raciocinar. Não consegue dizer uma palavra. Fique do meu lado, ela diz. Posso deitar no seu colo? - Diana pergunta. Nem respondo e puxo o corpo magro da princesa para perto de mim. É só isso que preciso, ela sussura. Enquanto faço carinhos nos seus cabelos, lembramos das histórias de sua vida.... Histórias lindas, felizes, tristes, complexas, todas dignas de um ser humano comum, "um tanto quanto diferente, convenhamos", mas uma criatura viva. No sentido literal da palavra. Viva nas suas emoções, viva em sua escolhas, viva com seus amigos, viva com o seu amor, viva com a sua família e viva com ela mesma. Diana escuta tudo o que vomito em seus ouvidos e sinto que um choro começa a brotar dela. Chore minha princesa. Chore de alegria. Chore de medo. Chore por seu passado, por suas histórias. Chore por todos aqueles que passaram e passam por sua vida. Chore pela linda princesa que se tornou. Chore por compreender o verdadeiro sentido da vida. Chore pela hipocrisia da sociedade. Por tantas e tantas pessoas que jamais terão a humildade que você tem. A força que emana de sua alma, limpa, iluminada. Como um grande amigo mencionou certo dia, Diana vai sofrer. Muito. Pessoas "diferentes" tendem a causar impactos distintos. Diana entende isso. Diana aceita o que lhe é colocado à prova. Diana me abraça. Forte. Como uma criança que está longe da mãe e não sabe para onde correr. Rezamos juntas. Rezamos não, agradecemos. À Deus ou qualquer outro nome como é conhecido o "Amor Supremo". Diana me pergunta se merece tudo isso. Merece? - respondo. Diana, minha brava princesa, a vida é um eterno recomeço. É uma busca diária por algo que não sabemos exatamente o quê é. Você colhe tudo aquilo que plantou. Diana chora. Seu grande amigo e avô querido que partiu há anos sempre lhe dizia isso. "Quem planta bons frutos, só poderá colher bons frutos." Sábio homem, nascido em 7 de julho de 1914 às 6h, analfabeto e um tanto quanto rude. Diana diz que consegue sentir até hoje o cheirinho que ele costumava lhe dar. A invés de beijo, era um cheirinho (tradição que ela mantém até hoje). Diana está atônita. Meio aérea. Feliz. Com medo. De saco cheio. Cheia de esperança. Completamente recheada de amor. Diana já sente saudades. Um filme passa por sua mente. É o filme de sua vida... quase 27 anos vividos de diferentes formas, jeitos, ideais e zero regras. Damos risada. Diana tem uma certa dificuldade com isso. Digo que nunca é tarde para aprender! My princess concorda. Sempre há tempo para mudanças. Diana quer dormir. Quer conversar. Quer cafuné. Quer passear com sua cachorra. Quer arrumar seu quarto. Quer ficar até mais tarde no trabalho ajudando sua chefe. Quer resolver um milhão de "funções". Quer beijar seu amor. Quer colocar sua família, cachorros e amigos dentro de uma mala e levá-los seja lá pra onde for. Respire, digo eu. Você fará tudo isso. No momento certo Na hora certa. Nos abraçamos e choramos juntas. Parece que descobrimos juntas o sentido da vida. Parecemos que entedemos quem somos. Diana fala baixinho no meu ouvido que está surpresa com ela mesmo. Milhares de borboletas invadem nosso estômago. É hora de dormir. Tenho muitas funções ela diz. No vocabulário gaúcho, funções quer dizer várias coisas para fazer. Agora sim entendi, respondo. Apago a luz e deixo minha princesa pegar no sono.... amanhã é outro dia...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Lágrimas de amigas

Encontrei Diana correndo cabisbaixa pelo corredor. Nem parecia minha princesa, pensei eu. Sentamos em uma mesa de bar. Pedimos o de sempre: um chopp e uma boa cachaça. Essa é a combinação perfeita - diz Diana. Falamos sobre a vida, o trabalho, os amigos, as fofocas... sonhos, decepções, amores... aquela mistura de assuntos que mulheres adoram falar. Entre casos e acasos, Diana comenta de sua melhor amiga, a Francesa. Diana preocupa-se com ela. Sofre com ela. Chora com ela. É engraçado como nunca passamos por situações semelhantes antes, comenta Diana. Francesa está em um momento de transição. Francesa está crescendo de verdade. Diana me diz (com água nos olhos) que faria qualquer coisa para amenizar a agonia da amiga. Francesa é madura, forte como uma rocha, linda como um anjo e brava feito um sirí. Diana diz que dói crescer. Nossa, como dói. Esmaga o coração, completa a princesa que adora dar ênfase aos sentimentos com caras e bocas.Se eu pudesse, pegaria Francesa no colo, desbravaria o mundo de mãos dadas com ela, estaríamos juntas até encontrarmos a luz no final de túnel... se eu pudesse, diz Diana. Não dá, respondo. Cada um precisa passar por suas próprias experiências, dores e alegrias. São essas sensações que nos elevam, nos transformam, nos tornam adultos. Diana sabe o caminho das pedras mas Francesa precisa encontrá-lo sozinha. Diana está cansada. Vejo em seus olhos. Cansada de ser auto-suficiente. Peço à ela que tenha calma.... (se paciência vendesse em farmácia Diana tomaria um vidro por dia). Estar sozinha é diferente de ser sozinha, ela diz. Diana nunca está sozinha. Amigos, família, cachorros, agregados e afins a rodeiam todos os minutos. A princesa sorrí. Sou sozinha. Comigo mesma, com a minha vida, ela diz. Diana aprendeu que precisa lidar com ela mesma. Esse é o seu maior desafio. O resto é fichinha, comenta. Administrar Diana é bem complexo. Creio que no fundo, no fundo, todos os seres humanos são assim. Sozinhos. Diana queria ter alguém com quem pudesse chorar. Alguém que a pegasse no colo e fizesse sentir a mulher mais segura do universo. Alguém que lhe desse uma certeza que nem ela sabe exatamente qual é. Digo: esse alguém é você! Princesa Diana, prazer. Peço que Diana olhe-se no espelho. Uma lágrima escorre pelo seu rosto. Diana orgulha-se do que vê. Ela continua sonhadora, porém, com os pés no chão. Nada de sonhos fantasiosos de amores em uma cabana vivendo felizes para sempre. Essa parte deixo para os meus pais, Diana enfatiza. Digo que ela está muito dura consigo mesma. Diana faz uma cara de quem não gostou. Ela está com medo. Sei disso. Medo de cair. Medo de mudar. Medo das frustrações. Diana sabe que o medo faz parte da vida. É ele que impulsiona nossos dias, nossas noites.... é ele que belisca Diana diariamente e a faz ser diferente de tudo que já conheci. Francesa e Diana choraram hoje. Muito. Diana comenta que o olhinho da Francesa estava inchado. Choros de amor, de cansaço, de saudade, de medo. Choros longos e sinceros de mulheres que são mais fortes do que muitos marmanjos por aí. Chorar é o segredo da minha coragem, diz Diana. Damos risada. Peço que minha princesa vá dormir, sua mente e corpinho precisam descansar.... amanhã é outro dia....
Recado importante: Nunca faça nada esperando algo em troca. Faça por amor. Faça com o coração. Mande para "aquele lugar" quem te incomodar. Chore. Sinta-se feliz em saber que sua vida é somente sua e só você é capaz de torná-la florida. Escute sua intuição (ela nunca falha).

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Liga da justiça

Que saudades de Diana. Minha princesa deu chá de sumiço nos últimos dias. Não suma, please! Diana responde com aquele jeitinho carinhoso que só ela tem: nunca, jamais, certas coisas são eternas. Uma leve sensação de bem-estar toma conta de mim. Diana chega chegando. Falando, sem parar. Contando histórias, atrás de histórias. É muita informação no meu mundinho paralelo, ela diz. Que mundo intenso, penso eu. Diana me conta que vivia em um universo de super-heróis. Era uma aventura diária. Uma caixinha de surpresas. Uma explosão de sentimentos. Hard, ela diz. Forte, acelerado, power. Diana diz que essas palavras traduzem tudo. A mulher-maravilha é uma figuraça, Diana me conta rindo sem parar. Essa mulher é realmente "maravilha". Ela resume-se um um tanque de guerra: forte, firme, decidida e profissional. Ah, Diana diz que espera um dia ter a expertise dela. Um dia chego lá... ela diz. Diana acredita em destino. Eu também acredito, muito. Acreditamos juntas. A vida cruzou Diana e uma liga insana de super-heróis. Todos amáveis, queridos, com o astral e a energia nas alturas. Diana confessa que por instantes, misturada no meio deles, lembrou-se de que também é uma heroína. Diana sentiu que nunca deixou de fazer parte dessa liga. Uma liga de heróis, que lutam diariamente. Que passam por apuros e aventuras sempre juntos, unidos. Em busca de verdade. Pois é, tive um flashback, diz minha princesa. É como se o tempo tivesse mudado sua forma de contagem. É como se Diana voltasse a ser uma heroína. É o meu coração que gritava e clamava por isso, ela completa. Ufa, dou uma grandeeee suspirada. Diana sabe que o universo conspira o tempo todo. Diana sabe a força que o pensamento tem. Diana BEM sabe que quando um ser humano é designado para tal função, aconteça o que acontecer, gire o mundo como girar: lá surge a verdade. E não adianta fugir, ela te segue. Será esse o tal destino? - pergunta minha bela. Não sei, respondo. Diana diz que é. Ela fala baixinho no meu ouvido que está feliz... tão feliz. Diana acha que não se deve divulgar certas coisas porque dá zica! Damos risada. Zica só pega em quem acredita. Diana é do bem. Pessoas do bem atraem pessoas do bem. Diana ama. Muito. Sempre. É por essas e outras que a vida de Diana me fascina. Nenhum dia de sua vida foi em vão. Pelo contrário. As respostas pulam na frente de seus olhos e agora ela não pode mais ignorar. Diana não quer ignorar. Uma luz cruzou seu caminho. Diana não pode mais ficar sem essa luz. Era o que faltava para completá-la. Os olhos redondos e pretos voltam a brilhar no rosto de Diana. Posso sentir de longe a energia da minha heroína pairando no ar.... Aviso aos navegantes: A princesa heroína Diana volta para a batalha.... (e eu, continuarei na posição de ouvinte e fiel escudeira, sempre)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dias de luta... dias de glória...

Acordei com uma ligação de Diana. Achei estranho o telefone tocar tão cedo. Minha amiga anda sumida esses dias. Sempre na "correria", ela diz. Diana acordou-me para dizer que estava com o coração apertado. Frio na barriga. Sensação de não saber o amanhã. Mistura de medo e coragem. Abracei-a como sempre faço e acolhi minha nobre Diana, enviando os melhores pensamentos para ela. Diana suspira e me diz que conversou com Deus. Conversei não, bati um papinho...completa. A princesa sente que logo seu castelo será fixo e completo. É a primeira vez que Diana sente-se livre. Livre para fazer escolhas. Livre o suficiente para estar onde e como ela achar que deve. A princesa conta que encontrou David, grande amigo, incrivelmente humano. Diana diz que sabia que poderia contar com ele para todo o sempre. Entre conversas, desabafos, risadas e boa comida, minha amiga se surpreendeu mais uma vez. Diana diz que David foi capaz de descrevê-la exatamente da forma como ela se vê. Percepções e conclusões que Diana achava que só ela sabia. Dou risada. Pô, você é um ser humano diferente por natureza, digo eu. Damos risada juntas. Diana diz que sabe que nasceu diferente. Pessoas impulsivas e corajosas são capazes de correr sem medo atrás de um sonho. David falou o que eu precisa ouvir, diz minha princesa. Algumas vezes esquecemos quem somos de verdade e o que podemos nos tornar. A vida entra em um ritmo alucinante, o botão "play" entra em ação e esquecemos o principal: aceitar quem realmente somos e lutar por um objetivo. Diana diz que o universo conspira a nosso favor. Somos de verdade o que pensamos e podemos ser qualquer coisa. Quando olhamos para dentro de nós mesmos e sentimos orgulho do que enxergamos, uma luz acende-se e tudo o que parecia impossível se transforma em POSSIBILIDADES. Possibilidades reais. Sonhos deixados de lado pelos rumos da vida (e olha que são muitos...). Diana acredita em si mesma. Sabe que a vida é maior do que imaginamos e jamais entra na sintonia do conformismo. Diana vive o hoje. O amanhã é consequência e saber aceitar se coisas boas ou ruins virão é o grande desafio. David tinha razão. Diana é diferente. O melhor: Diana adora ser assim. Não há nada melhor no mundo do que saber quem somos, diz ela. Saber conviver com as frustações, com os medos, felicidades e desafios. Esse é o momento de Diana. Voltas, voltas e mais voltas mostram sua essência. Diana vê. Ela sente. Diana sente orgulho do que foi, do que é e do que pode ser. Um velho ditado usado pelos apaixonados se concretiza: Ame-se muito, em todos os sentidos. Só assim você será capaz de amar alguém. Nos abraçamos. Penso comigo mesma e agradeço por ser a ouvinte de Diana. Finalmente ela enxergou. Chegou ao extremo. Em um único dia, incontáveis sentimentos percorreram seu coração. Do desespero à felicidade. Diana está pronta para amar. Diana aprendeu a respeitar e admirar sua essência. Sei que não é fácil ser a Diana (ela tem certeza disso). E quer saber? Ela não se importa. Pelo contrário. Para ela (e para mim), ser Diana é fascinante. Roda-gigante + montanha-russa + tormentas + aventuras + tudo aquilo que foge à regras = Uma infinidade de histórias para contar. Sorte dos seus futuros filhos, digo eu. Diana não precisará gastar muito dinheiro com livros infantis. Damos risada novamente. Um leve vento de paz toma conta do ambiente....

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Bateria de amor

Diana chega correndo e me dá "aquele" abraço de quem não se encontra há anos! Risos. Retribuo o carinho e pergunto o porquê da agitação. Diana diz: coração e pensamento em erupção. Damos risada e eu digo: novidade...Diana é um vulcão em permanente estado de alerta. Ela é ligada à tomada e funciona a bateria. Digo que baterias precisam ser recarregadas. Diana faz uma cara de "esqueci dessa parte". Pois é amiga, todos precisam em algum momento parar, descansar, repensar... ter um sono tranquilo sabe? Daqueles sem hora para acordar... a cama quentinha,  o abraço perfeito, a sensação de que aquele segundo nunca vai acabar. Diana diz que esse é o mundo perfeito e completa dizendo que mundos perfeitos não existem. Minha princesa, com um lindo sorriso diz que apesar de parecer decepcionante o fato do mundo perfeito não existir, existe algo melhor. Momentos perfeitos. Esses sim existem. São reais. Podem ser sentidos e lembrados para sempre. Portanto, de vez em quando a bateria de Diana estará mais ou menos carregada. Não importa, ela diz. Sou capaz de fazer momentos felizes durarem para sempre... Onnn, que menininha meiga, respondo. Diana faz cara de brava e diz que está injuriada e com TPM, portanto, paciência zero. Mês de TPM (tensão pré-menstrual) não é o melhor momento para tomar decisões né Diana? A pequena balança a cabeça concordando comigo. Diana sabe que tem o universo em suas mãos. Sabe que é livre para amar, viver, errar, mudar, reinventar e tudo mais o que ela quiser fazer. Essa é a hora. É a primeira vez que Diana vai poder de verdade trilhar um novo caminho. Ela sempre fez isso, sempre lutou atrás de seus sonhos, conquistou seu espaço. Diana diz que agora é diferente. Agora, ela sente-se preparada para qualquer escolha. Agora ela sabe transformar a pior situação em aprendizado.Sabe fazer a dor ficar pequena até sumir. Sabe fazer transformar a decepção em piedade. E, sabe transformar sonhos em realidade. Diana diz que essa é sua especialidade. Seu coração está preparado para novos desafios, novas aventuras. A princesa diz que agora literalmente tem a sua "coroa". Ela está feliz. Eu sei que está. Diana não se sente mais só. Diana é a mais corajosa princesa que já conheci. Chegou o momento da busca pelo seu próprio castelo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Black Princess

Diana anda pensativa (novidade! rs). Não acho isso absurdo porque a cabeça dela nasceu pensando...rs. Diana diz que sua vida é levada por emoções. Ela diz: Muito hard por sinal! Precisava ser tanto? Caímos na risada. Minha amiga está sensível, está questionando a si própria e o mundo inteiro. Eu, no simples papel de ouvinte, peço pela milésima vez que ela tenha calma... muita calma. Peço em vão. Diana não é assim, nunca foi, nunca será. Creio que temos que respeitar as diferenças. Diana diz que quase nunca é compreendida. Seus pensamentos e vontades (um tanto quanto extremos) são realmente difícieis de serem entendidos. Ela me disse que nunca esperou que fosse compreendida. Nem é essa sua intenção. Diana nasceu para o mundo. Nasceu para viver. Para experiementar sensações. Nasceu para cair, levantar. Tentar de novo. E não deixar que nada abale suas convicções e valores. Diana não é o tipo de mulher que agüenta as coisas calada. Que não se envolve em discussões mesmo quando não é chamada. Digo que ela é bem intrometida por sinal, risos. Diana me diz que não quer fazer sua família sofrer. Ela diz que eles são os que mais sofrem de preocupação. Talvez seja porque eles te conheçam como ninguém, eu digo. Diana bem concorda comigo. Minha grande amiga, em uma sessão desabafo, conta que é muito difícil ter um vulcão dentro de si o tempo todo. Uma mente que não pára de ter idéias e o pior, coragem o bastante para executá-las. Sou obrigada a entender as preocupações dos pais de Diana. Explico para ela (como se não soubesse) que ter uma "Diana" como filha é uma árdua tarefa. Diana sabe que nasceu na família perfeita, com pais suficientemente iluminados e evoluídos para amá-la e respeitá-la sem julgamentos, imposições, hipocrisias e tudo mais que se vê por aí na maioria das famílias brasileiras. Diana sabe que exagera. Às vezes... de vez em sempre ela diz. Damos risada de novo. Diana ama tanto sua família, mas tanto, ela diz que dói. De tanto amor. A princesa sabe que poderá contar com eles para todo o sempre. Diana não acredita mais em conto de fadas, não acredita em verdade absoluta e sabe que a qualquer momento podemos cair de um degrau, às vezes alto, às vezes baixo. A única certeza que Diana tem é o amor de sua família (ganso pai, gansa mãe e gansa filha). Diana me conta que aprendeu a ser sozinha. A se amar sozinha. A viver sozinha e a sonhar sozinha. Não podemos criar sonhos e expectativas baseados nisso ou aquilo. Diana me conta que não sabe como, mas, as coisas acontecem.... muito rápido... na sua frente... basta que ela segure e vá atrás. Diana gostaria de ser essa princesa certinha, menininha, educada e dentro dos padrões adotados pelas sociedade de "normal". Seria mais fácil, ela diz. Enfim, Diana é tudo ao contrário. O otimismo leva a destemida Diana a não se contentar com mediocridades. Diana precisa viver, ao seu modo, do seu jeito, com suas frustações e medos, com seus sonhos e paixões e o resto do mundo que venha junto. Minha princesa Diana queria fazer sua malinha e correr para um novo caminho. Não existem caminhos errados, o caminho certo é aquele que escolhemos, ela diz. Sabe que eu concordo com isso? Diana sabe que tem o meu apoio SEMPRE. Onde quer que seja estaremos juntas. Diana me conta que começou a escrever um livro. Diana vai contar a sua história e mais de outras tantas mulheres que tiveram a "sorte" de se divorciar antes do 30 anos. Diana diz sorte porque antes divorciada aos 26 do que infeliz aos 30! Sou obrigada a dar muita risada e concordar com ela. Diana diz que esse livro vai incentivar várias mulheres que são casadas, infelizes e não tem coragem de encarar uma dura realidade. Preferem ficar no conformismo. Vai mostrar mais do que nunca a importância de valores na infância, de família mesmo. O que vivemos na infância, o que aprendemos e vivenciamos interfere diretamente na nossa vida adulta. Existem exemplos vivos em todos os lugares para que possamos autenticar essa tese. Exemplos contrários estão soltos por aí também. Só não vê quem não quer. Digo a Diana que admiro-a. Muito. Ela sempre arruma um jeitinho de ajudar alguém, seja lá quem for. Fazer o bem sem esperar nada em troca é uma grande virtude. Diana abre um sorrisinho envergonhado.... Enfim, preciso sair do meu papel de ouvinte porque tenho muitas coisas para fazer. Diana não quer que eu vá embora. Calma, tenho um monte de coisas para desabafar, ela diz fazendo charminho. Anote tudo em um caderno! Amanhã no mesmo bat-horário e bat-local estaremos juntas ok?  Me despeço, vou embora e vejo Diana de longe... sentada em sua janela balançando os pezinhos...

domingo, 31 de julho de 2011

Amanhã é outro dia...

"Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder
Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer
Eu acho tão bonito isso
De ser abstrato baby
A beleza é mesmo tão fugaz
É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretenção de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer
Se amanhã não for nada disso
Caberá só a mim esquecer
O que eu ganho,o que eu perco
Ninguém precisa saber..."

Apenas mais uma de amor - Lulu Santos

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quem disse que ser princesa é fácil?

A princesa Diana reinando em seu castelo. Não é fácil tomar decisões. Às vezes dói, diz ela. Machuca, causa desconforto, uma tristeza... parece que nunca vai passar. Diana aprendeu e aprende todos os dias nesse "mundão de meu Deus do céu". Felicidade são momentos. Instantes que somos capazes de eternizar, que jamais serão esquecidos. Chega um momento em que criamos uma espécie de auto-defesa de nós mesmos. As flores já não são tão coloridas e perfumadas, os dias e noites não são mais perfeitos e os sonhos parecem estar em nossas mãos. Percebemos que somos responsáveis pelo nosso amanhã. Enxergamos que podemos ser qualquer coisa. Estar onde quisermos. Lutar e ir atrás de toda e qualquer situação que acreditamos ser a "melhor". Diana ainda é a mesma princesa de sempre. Com os mesmos dilemas, os mesmos sonhos, os mesmos medos e a mesma coragem. Coragem essa que a faz ser realista. Nem sempre a realidade é como gostaríamos que fosse. Algumas coisas independem da nossa vontade, do nosso desejo. Algumas coisas não conseguimos fazer sozinhos. Diana bem queria... ah, como queria! Lá vem de novo minha princesa criando sonhos em cima de sonhos. É bom sonhar, ela diz. É essencial sonhar. Os sonhos são como combustíveis. São eles que nos movem e nos dão a certeza de que tudo é possível. Eu bem sei que Diana adora desafios. Ela não deixa um de fora. Se joga literalmente neles. A destemida princesa, agora escolhe seu desafio. Com o passar do tempo ela começou a enxergar melhor. Seus olhos não ficam mais embaçados. Ela pode enxergar até o que não gostaria de ver. Esse é o ponto, conclui Diana. Exergar nossos sentimentos mais profundos. Por instantes, minha nobre amiga deseja voltar no tempo. Um tempo não muito distante em que seus olhos permaneciam fechados. Um tempo onde ela não podia prever o amanhã. Digo à Diana que a princesa cresceu. Crescer não significa exclusão total de sonhos! Mas crescer implica em fazer escolhas. Saber interromper. Saber dizer não mesmo com o coração partido. Ter a certeza que somos donos de nosso destino. Aceitar e aprender que algumas pessoas passam por nossas vidas, deixam marcas, criam histórias e que mesmo ausentes, existem. E vão existir para todo o sempre. (...)

terça-feira, 26 de julho de 2011

Incrível normalidade de Diana

Senti saudades da bela Diana esses dias. Minha amiga estava desbravando o mundo, como ela mesmo costuma dizer. Vivendo e aprendendo, ela sorrí. A vida é muito maluca. Muito divertida e envolvente. Quando menos se espera os pensamentos mudam, as sensações ficam intensas e as relações se estreitam. Diana é do tipo que não têm medo de nada, DE NADA MESMO, completa. Nós mulheres, temos o dom de transformar situações extremas em divertidos momentos de prazer...risos. UAU, grito eu! Diana vai logo dizendo que foi apenas uma expressão... (ela detesta baixaria...ahãm...). Diana adora fantasiar. Adora pensar, pensar. Adora fazer planos. Adora sonhar, imaginar como pode ser seu futuro. Como pode ser o futuro alheio. Sua filosofia diz que brincar de sonhar pode virar realidade. E olha que eu bem sei que pode! O que é ser normal? Pergunta minha grande amiga. Bom, respondo que não sou a pessoa com a maior propriedade do universo para falar sobre tal. No entanto, nós duas adoramos divagar sobre o assunto... risos. Creio que todos os seres pensantes em algum momento da vida entram em crise existencial com a "normalidade" e com a "loucura". Diana diz que a linha é muito tênue entre esses dois opostos. Em questão de segundos a loucura invade a normalidade e vice-versa. Damos risada. Que papo de louco, digo. A época de "ser normal" já não existe mais. O politicamente correto anda fora de moda. Não existem mais regras, normas. Hoje cada um é o que quer, faz o que bem entende e tranforma o futuro no que a vontade permitir. Diana diz que a vida é louca, bem louca... Tudo de mais insano acontece na mundinho paralelo e complexo dela. Mais uma vez caímos na risada. Diana sem sombra de dúvidas é exagerada! Digo à ela que sua vida não é louca, longe disso. Sua vida é bem abençoada... ôpa se é. Diana sempre viveu longe do que alguns consideram como normalidade, longe daquilo que todos achavam ser o certo, do que era considerado "padrão". Diana nunca deu ouvidos à meias palavras de "meias" pessoas. Diana sempre ousou, errou, caiu, acertou, acertou de novo, errou mais algumas vezes e VIVEU. Sempre. Diana nunca tentou viver dentro da normalidade ou dentro da loucura. Diana nunca ligou para isso ou aquilo. As pessoas mais felizes são aquelas que não tem medo de arriscar. Não tem medo de recomeçar, de reinventar. Não tem medo de sentir medo. Não é nada fácil sair da zona de conforto. O eterno jogo da loteria chamado "Vida" pode nos tornar ganhadores ou perdedores em um piscar de olhos! Diana escuta meu discurso otimista sem respirar. Nada falo, apenas penso que no fundo ela sabe que minhas palavras são verdadeiras. Certeza que sabe. A maioria das pessoas vivem presas em seus achismos, preocupadas com o que o mundo vai achar delas. A maioria das pessoas deixam de ser felizes por receio de sair de suas bolhas imagináveis. Percebo que Diana diz algo. Ela falou baixinho e peço que repita porque não ouvi. Diana fala de novo: Obrigada. Não entendo e pergunto: como assim? Humildemente e com um ar de vergonha minha amiga diz que precisava ouvir minhas palavras. Às vezes precisamos ouvir verdades sobre nós mesmos para reforçar o que jamais devemos esquecer. Diana não é melhor ou pior que ninguém e algumas vezes sente uma certa insegurança. O medo ronda seus sonhos, seu coração, seu futuro, sua postura. Que bom que medo é algo que dá e passa logo, ela ironiza. Exatamente, completo. Diana sabe que seu desafio é diário e eterno. Ser alguém um tanto quanto diferente da maioria gera curiosidade, estranhamento, especulação. Seguir nossos instintos, nossas vontades, ouvir o coração sem se importar com as consequências é uma árdua e excitante escolha. Viver no mundo "normal" de Diana é ter a certeza de aproveitar tudo de bom e ruim que a vida pode oferecer. Me despeço mais uma vez da minha ouvinte predileta, amanhã é um novo e belo dia... Não sei se Diana tem a real noção do que ela significa para as pessoas. Eu (confesso), sou sua maior fã e junto com ela começo, termino e recomeço....É um alimento natural que tenho o prazer de receber. Posso dizer que é a melhor parte de mim:)