sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Uma estranha conhecida

Não sei como ajudar uma pessoa, diz Diana. Sou tão boa em dar conselhos, palavras de amor e otimismo e agora só sei ficar muda, ela completa. Peço para que Diana me explique o que se passa porque eu não faço a mínima idéia né? Apenas me escute? - pede Diana. Ok, as palavras são suas, respondo. Raquel, uma amiga que não via há tempos me procurou. Achei estranho, Raquel nunca pede ajuda, sempre vai e faz. A vida de Raquel vai mudar, uma mudança positiva, algo que ela sempre quis. Você sabe o que é sonhar acordada, implorar para Deus Diana? Sei sim, vira e mexe converso com o "Amor Supremo", respondo. Raquel continua e diz não sabe o que fazer. Não sabe o que pensar. Não sabe como agir. O que fazer quando você quer muto algo e ele cai como um milagre em suas mãos? Respondo: fique feliz, dê risada, comemore, solte fogos de artifício, junte os amigos e vá beber, fique perto da sua família, enfim, seu sonho está nas suas mãos Raquel! Diana, não consigo. Não consigo me mover. Não consigo pensar. Não sei dizer se o que sinto é felicidade, medo, insegurança, euforia. Só penso em ficar sozinha, dormir, esperar o tempo passar. Recomeçar do 0. Sozinha. Sem ninguém. Eu, Diana, pela primeira vez na vida literalmente não sei o que dizer. Fico muda por instantes tentando encontrar uma resposta... Ops, ela não vem. Minha amiga Raquel precisa de algo que eu não sei especificar o que é. Não consigo entendê-la. Pergunto se ela quer ajuda, quer companhia, quer sair e falar sobre outras coisas, enfim, qualquer coisa que a tire desse momento estático. Raquel responde não com movimentos da cabeça. Ela não sabe o que falar. E pior, eu também não sei! Eu, Diana! Auto-suficiente. Determinada. Sempre com uma resposta na ponta da língua. Sempre ali, em todos os lugares ao mesmo tempo. Sempre encontrando soluções para aquilo que parece ser impossível. Me senti impotente. Diana impotente, que medo! Não sei o que fazer para confortar o coração da minha amiga Raquel. Ela vai embora, linda e cheirosa, com um salto número 18. É engraçado que ninguém pode imaginar que por dentro daquele "mulherão", existe uma Raquel perdida, com um sonho realizado e sem saber o que fazer com ele. Creio que ligarei mais tarde para ela. Não, vou mandar uma mensagem, um vídeo, uma música. Algo que a ajude a entender o que eu também não entendo. A música "Carta de Amor" do Jota Quest combinaria...rsrsrs. A história de Raquel me fez refletir. Qual o limite do ser humano? Quando ele se dará por satisfeito? Feliz por completo sabe? As pessoas são mais perdidas do que imaginamos. É muito mais fácil fugir da dor. Imaginar que ela não existe. Fingir que amanhã é um novo dia e tudo bem. Eu, Diana, ainda não sei o que farei para ajudar Raquel. Mas confesso que dedicarei o pouco tempo livre que me resta para ajudá-la. Ninguém, ninguém mesmo merece sentir-se assim. Não viemos ao mundo a passeio. Algum instante, um minuto, uma palavra, algo se perdeu na cabeça da Raquel.... vou consultar os universitários hoje...(universitários iluminados que estão em outra sintonia)

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