terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Segura a coroa

Diana gosta daquela música: "ahh se Deus me ouvisse e mandasse pra mim...". Cantarola a princesa em tom irônico. Damos risada. É claro que ele sempre te escuta menina, respondo. Fato que as mulheres são seres especiais e são, indiscutivelmente mais sensíveis. A gente chora, faz drama, planos e sonhos em cada novo relacionamento que inicia-se. Diana nem eu somos exclusividade nesse quesito. A cada "princípe" que surge em nossas vidas uma imensidão de sentimentos começa a brotar por todos os lados. A sensação de bem-estar toma conta. O frio na barriga. As pernas bambas e o coração acelerado. Pronto. Nasceu a paixão. Junto com ela a expectativa de "será que Deus me ouviu?". O desenrolar da história quase sempre mantém a mesma sequência. Quando perdemos o jogo da conquista...ah, surge o incômodo, a tristeza, decepção. As mil perguntas, o por que disso, daquilo e blá, blá, blá. A ordem pode mudar mas o resultado é o mesmo. Diana e eu não somos exclusividade nesse quesito. Relacionamentos começam e termimam todos os dias. Uns sofrem mais, amam mais, esperam mais. É um ciclo. Um rito de passagem e gostemos ou não, faz parte. Diana então volta a cantarolar sua música. Princesa, Deus sempre te ouve e um candidato a príncipe sempre surge em seu caminho. Ele te ouve tanto que logo tira de você para que o verdadeiro príncipe chegue. Segure mais um pouco sua coroa, ela não pode cair, finalizo.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Pés cansados

Encontrei Diana perdida. Andando pelas ruas apressada sem saber direito para onde estava indo. Seu rosto estava sem cor. Havia tempos que ela não saia de seu quarto escuro. Diana estava em todos os lugares e ao mesmo tempo não estava em nenhum. Estava sempre rodeada de pessoas e sentia-se igualmente sozinha. Muito havia mudado mas o contraste permanecia, intacto, inatingível. Era uma ironia sem fim tentar compreender algo que não possuia explicação. Como alguém que tudo tinha para dar certo podia dar tudo errado? Como ter tanto sentimentos dentro de si e ao mesmo tempo não sentir nada? Como tantas lágrimas e tanta dor podia tomar conta daquele corpo pequeno e magro? Diana precisa de um caminho. Precisa de vida. Não acredito que ela está condenada como pensa que está. Deve existir uma luz. Um milagre. Que tipo de princesa nasceu para o fracasso? Isso foge dos livros e contos de fada. Princesas são fortes, são guerreiras. São independentes e decididas. Como eu poderia explicar para a Diana que ela é tudo isso. Palavras me faltam. Ela não sente nada, não escuta, não vê e tão pouco se importa. Ela diz ser um fracasso, o mal em forma de humano. Algo destrutivo que faz as pessoas sofrerem. Diana me contou que disseram que isso é algum tipo de provação. Ela pede que eu explique. Passo aos mãos em seus cabelos e peço que respire. Isso há de passar...