segunda-feira, 20 de junho de 2011

Saudade

Diana me enganou ontem. Ela novamente quis parecer uma Diana que não é. A dor, o choro, o medo, a tristeza ainda estão no coração da minha bela Diana. Pedi que ela escrevesse uma carta contando-me sobre seus sentimentos e frustrações. Li. A dor da rejeição é pior dor que um ser humano pode sentir. Diana nunca usava essa palavra. Mas é isso que a mata, a rejeição. Diana diz que está feliz, está bem, porém, a ferida está aberta. As lágrimas ainda existem, rolam pelo rosto, pelo corpo... A perda é a dor mais intensa que alguém pode viver. A rejeição é algo que nos deixa impotente. Sem forças. Não existe nada, nada no universo que mudará o que Diana sente. Diana perde o fôlego de tanto chorar. Por alguns instantes faz força para não respirar, tamanha a dor. Diana ama. Ama muito. Tudo o que ela mais deseja é que as coisas  fossem diferentes. Tudo. Às vezes ela diz que não vai suportar. É demais. É duro. É terrível. A rejeição esfaqueia a alma de minha amiga. Por que sempre à noite? Músicas, cheiros, móveis, copos, roupão. Lembranças ligadas à tudo o que ela vê. Diana queria não amar mais. Queria esquecer. Ah se Deus pudesse devolver seus sonhos. Seu castelo. Seu príncipe. Diana queria odiar mas não consegue. É engraçado como os cachorros sentem. Diana diz que não conseguia terminar a carta porque enquanto chorava sua "filha" arranhava sua perna pedindo colo. Consolando e "lambendo" o rosto de Diana. As duas choram juntas. A saudade é a única maneira de fazer instantes durarem para sempre. Diana sente, tanto. Ela sabe que tudo vai passar, que o tempo vai se encarregar de levar a dor embora. Que nada é por acaso. Que tudo acontece para o nosso bem e as coisas são como tem que ser. Diana sabe de cor todos os conselhos e entende tudo o que aconteceu e que vai acontecer. Mas e aí? E? Diana sofre. Poxa, ela precisa sofrer. Precisa entender e aceitar a rejeição. Diana não quer saber mais os porquês da vida. Diana quer chorar, sente saudades de tudo. Do abraço, do carinho, das manias, das brincadeiras, dos beijos.... da presença. Esse é um momento crucial em sua vida. Creio que jamais ela esquecerá. Jamais. O colo que Diana precisa ninguém pode dar. Ninguém. Sua dor, ninguém pode sentir nem imaginar. O amor que sente, ninguém pode arrancar de dentro dela. A "conselheira" oficial de Diana disse que a morte e a perda de um cônjuge são os maiores traumas que um ser humano pode viver. As dores são praticamente idênticas. É algo intenso, sem fim. Mais uma vez Diana perde o fôlego. O choro invade sua alma. Vai da ponta do pé até o fio do cabelo. É surreal, é inatingível, é impossível descrever. Diana sabe que seu maior medo era a rejeição. Sempre foi. Ela nunca foi rejeitada em nada. No trabalho, com amigos, namorados. Diana sempre teve o que quis. Lutava, batalhava e conseguia. É a primeira vez que ela sente a rejeição. Às vezes Diana acha que esse sofrimento é necessário. Ela tornou-se mais forte. Diana sabe. Diana está bem. Está feliz. Felicidade é um estado de espírito. Estar feliz não a impede de sofrer, de chorar, de amar. As lembranças invadem sua mente... quantas coisas lindas Diana viveu. Diana não queria. Não queria. Não podia permitir que as coisas acabassem assim. É muito pra ela. É um sofrimento muito intenso para uma jovem que apenas queria ser feliz e fazer o outro feliz. Era só isso. Apenas isso. Diana precisava tanto de um abraço, colo. Abraço esse que nunca mais ela terá. Acho que isso é o mais triste. Saber que nunca mais nada será como antes. Saber que as borboletas no estômago que sela entiu no dia 23 de outubro foram embora para sempre. Morreram. Não a quiseram mais. É difícil aceitar, acreditar. Diana é forte, Deus sabe como ela é. Ela precisa sofrer, precisar chorar, precisa entender que as coisas nem sempre são como gostaríamos. Diana precisa entender que o amor não é um passe de mágica. Diana tem que colocar na sua cabeça que a rejeição é parte da vida. É um processo. Dolorido e demorado mas verdadeiro. Peço à minha querida amiga que vá dormir... como sempre digo: amanhã é outro dia. Só o tempo pode curá-la. E ele há de curar.

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