sábado, 28 de maio de 2011

Noite estranha

Ontem, Diana pediu para que eu a beliscasse. Achei esquisito e belisquei bem forte seu braço. Ela gritou e disse: acordei! Diana parecia estar em choque, meio abobada, agindo como se seu porto seguro estivesse viajando e que logo voltaria. A cama é grande... é muito grande para ela e para sua fiel companheirinha, uma cadela muito animada, assim como a dona. Diana tenta acordar. Diz que precisa sair de seu sonho. O cheiro, o perfume e a própria ausência fazem Diana e sua fiel companheirinha sentirem-se só. As duas dormem juntas no cantinho da gigantesca cama. Diana tentou não chorar. Se diz forte. Peço a ela que chore. Muito. Quantas vezes forem necessárias. Há tantas coisas que Diana queria entender. Tantas mágoas e fantasmas que ela precisa esquecer. Comento que não será fácil. Diana diz que parte dela morreu. Ela olha para o céu e por instantes tenta novamente acreditar que ainda está sonhando. Seguro suas mãos, abro seu olhos e apresento-lhe uma página em branco. Um novo capítulo que precisa ser escrito. Diana é esperta. Sabe  que precisa fazer. Sabe o que a espera. Sabe também que dói. Esmaga. Estraçalha até virar pó. Como eu gostaria de ajudá-la a transformar tudo em pó em segundos. Ah, se eu pudesse... Diana sabe que não é Deus. Sabe que é responsável apenas por seu coração. Ela confessa para mim que preferia não ter um. Assim a dor não existiria. Digo que não. A dor é necessária. Para acabar com o amor ela precisa sofrer. Quando a última gota cair a dor desaparecerá. E então, Diana voltará a amar.

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