segunda-feira, 30 de maio de 2011

O que é a morte?


Diana preocupou-me. E me preocupa. Fico sem saber como agir, como ajudá-la, como salvá-la de si própria. O curso da vida segue... os dias vão... e assim, penso eu, logo ela voltará a ser a bela Diana encantadora. No meio de uma conversa, arruma coisas, empacota coisas, vários assuntos na pauta e Diana parece bem. De repente perco-a de vista. Está fazendo pipis na "casa do Pedrinho", digo. Subo as escadas e a vejo sentada no frio da varanda de sua casa debulhando-se em lágrimas. Lágrimas não, gritos. Gritos de dor. Dor na alma. Dor física. Uma dor terrível que invade minha querida Diana e a coloca num mundo pararelo. Ela não pensa, não tem opinião, fome, nada. Apenas dor. Levo Diana dali e fico ao seu lado. Ela sabe que essa dor é necessária. Vai doer muito mais ainda. Mas um dia passará... Fico pensando como sonhos são jogados no lixo em tão pouco tempo? Diana se diz largada e usada. Deixada sozinha sem sequer um abraço de despedida, um telefonema, nada. Digo à ela que as pessoas são diferentes mesmo. Nunca podemos esperar nada de ninguém. Não somos capazes de dirigir a vida do outro. Diana sabe disso (ela sempre soube) e completa meus conselhos com: blábláblá. É... falar é fácil. Agir é bem diferente. Diana sempre diz que o amor é o sentimento mais próximo do ódio. Diana procura apegar-se as coisas ruins, diz ser mais fácil de esquecer. Eu digo o contrário. Quanto maior o sofrimento, maior será a vitória. Quanto mais ela chorar, sofrer e exteriorizar tudo de ruim, mais rápido esquecerá. E quem sabe, poderá dizer um dia: foi uma paixão, não era amor. Me precipitei. Não amo mais. Diana me olha com uma cara feia recriminando-me. Peço desculpas. Diana diz que é e foi o mais forte amor de sua vida. Nunca ela foi tão feliz. Diana nunca volta atrás. Diana assume seus compromissos e enfrenta de coração aberto. Novamente ela me olha e diz que está morrendo. Aos poucos. Dia, após dia. Peço para ela não falar besteiras porque nossas palavras tem muito poder. Diana dá risada. Ela diz que precisa morrer. Só assim seu coração será libertado. Diana chegará no fundo do poço. E depois sairá rapidamente pulando com seu tênis de mola. Damos risada juntas. A morte não existe para Diana. A morte é e sempre será um recomeço.

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